Imagine se você pudesse trabalhar apenas quatro dias da semana, sem alterar o seu salário. Parece um sonho distante, né? Mas, um estudo recente realizado no Reino Unido vem para mostrar que isso é possível.
A pesquisa conduzida por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Boston College, nos Estados Unidos, avaliou 2,9 mil funcionários de 61 empresas entre junho e dezembro de 2022.
De acordo com o relatório, a redução da carga horária para 32 horas semanais pode trazer diversos benefícios para a saúde mental dos trabalhadores. Isso porque, após a adoção do novo modelo de trabalho, foi observada uma redução de 71% nas queixas de Síndrome de Burnout, sem queda na produtividade.
Além da redução no burnout, 39% dos colaboradores disseram estar menos estressados e 54% afirmaram ter menos emoções negativas. 37% também registraram melhorias na saúde física, 46% menos fadiga e 40% menos dificuldades para dormir.
Benefícios para as empresas
Ainda que os resultados tenham sido, majoritariamente, positivos para os colaboradores, o grupo de pesquisa observou benefícios também para as empresas.
Segundo o relatório, a receita das companhias participantes aumentou durante os seis meses do levantamento, cerca de 1,4% em comparação ao período anterior do estudo. Além disso, houve uma redução de 57% no número de funcionários que pediram demissão durante a pesquisa.
Entre as 61 organizações participantes, 56 delas (92%) vão continuar com a nova rotina de forma permanente mesmo com o fim do estudo. Das cinco que decidiram não dar continuidade à semana de quatro dias, duas pretendem testar a estratégia por mais um tempo.
Tendência mundial
Os pedidos para encurtar a semana de trabalho vêm ganhando força nos últimos anos em vários países, principalmente na Europa. Na Islândia, dois testes em empresas mostraram que a redução da carga horária não resultou em qualquer perda de produtividade. No Brasil, a ideia ainda não é tão popular, mas já tem sido considerada por algumas empresas.