A brasileira Vale avalia que os ativos de níquel e cobre estão subvalorizados no mercado global a despeito da demanda para baterias gerada pela transição energética, que deve se intensificar nos próximos anos, disse o CEO da mineradora hoje (17).
A avaliação se dá enquanto a empresa negocia uma fatia minoritária de sua divisão de metais básicos em busca de destravar valor e impulsionar negócios de níquel e cobre.
“Está subvalorizado, todo mundo no setor, não é só a gente. A demanda está chegando para níquel, cobre, cobalto, e não está precificado de forma correta. E a gente precisa entregar os projetos”, disse o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em teleconferência de resultados da empresa.
“Tem a ver com isso, entregar o guidance, tornar as operações atuais eficazes, porque temos sim ativos que podem operar melhor. Não vou dizer que está performando a menor, mas podem melhorar, como em cobre, mas também em níquel, e temos um crescimento em potencial.”
O executivo adicionou que são ativos que vão trazer valor para as empresas produtoras, e as pessoas vão começar a perceber e valorizar isso em algum momento.
A companhia revelou no mês passado que recebeu ofertas por uma participação minoritária do negócio de produção de níquel e cobre. Os executivos não deram mais detalhes sobre as negociações.
Os metais básicos como níquel e cobre são importantes matérias-primas para a fabricação de baterias para carros elétricos. A Vale vê forte potencial nesse setor, diante de esforços globais para a transição energética para uma economia de baixo carbono.
Nesse contexto, a companhia está trabalhando para atrair um sócio que acredite na transição energética e no potencial de desenvolvimento de seus projetos, e “novidades” sobre as negociações poderão ser publicadas no primeiro semestre.
Os futuros sócios, segundo o presidente da Vale, precisam ver o valor de longo prazo desses metais e apoiar a estratégia da gigante mineradora.
“Está indo muito bem, esperamos ter mais atualizações no primeiro semestre de 2023, estamos discutindo com diferentes parceiros ou partes interessadas que vão agregar valor ao nosso negócio”, disse o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, hoje (17).
“A ideia é buscar crescimento, é uma divisão que busca investimentos em novas plataformas para o futuro que serão críticas, com bons números de retorno.”
Executivos da mineradora haviam dito em dezembro em encontro anual com investidores em Nova York que trabalhavam para atrair um parceiro que ficaria com fatia de até 10% do negócio, ainda no primeiro semestre deste ano.
A empresa publicou na véspera lucro líquido de US$ 3,72 bilhões (R$ 19,34 bilhões) no quarto trimestre, queda de 30,4% versus o mesmo período do ano anterior, diante de menor produção e preços mais baixos de minério de ferro.
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