Safras aponta atraso na comercialização antecipada de café 2023/24 do Brasil

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Jose Roberto Gomes/Reuters

O potencial da próxima safra de café deve ficar em torno de 65 milhões a 67 milhões de sacas de 60 kg

As vendas antecipadas de café do Brasil da temporada 2023/24, que será colhida a partir de abril/maio, estão em apenas 17% do total esperado a ser produzido, apontou hoje (17) a consultoria Safras & Mercado.

“O percentual de vendas é muito inferior a igual período do ano passado, quando estava em cerca de 27% da safra”, acrescentou a consultoria.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o fluxo de vendas com safra nova segue muito travado, diante da recusa do vendedor.

“A reação nos preços não se traduziu em melhora no interesse de venda. É que a indicação de preço para fixação antecipada de safra futura continua abaixo do praticado no mercado disponível, por conta do spread invertido nas cotações em Nova York”, avalia.

O potencial da próxima safra deve ficar em torno de 65 milhões a 67 milhões de sacas de 60 kg, estima Barabach.

As vendas do café arábica seguem mais aceleradas, com 25% da safra comprometida.

“Esse percentual envolve operações de troca, trava junto a tradings e as rolagens de negociação da safra passada”, indica o consultor.

O potencial de safra de arábica está preliminarmente avaliado está entre 43 milhões e 45 milhões de sacas.

“Em igual período do ano passado as vendas chegavam a 30%, porém de uma safra bem menor que a prometida para esse ano”, lembrou Barabach.

No caso do café canéfora (robusta/conilon), não há por enquanto uma ideia clara sobre o percentual de venda da safra 2023, comentou o consultor em nota.

“A indústria de torrado e moído local continua na defensiva, por conta dos preços altos do conilon. Assim, adota a estratégia de segurar um pouco mais o posicionamento, apostando no efeito negativo sobre os preços com a chegada de café novo ao mercado“, disse.

No ano passado, as perdas na safra de arábica levaram a uma antecipação nas compras de conilon por parte da indústria doméstica, citou Barabach, o que não se observa nesse ano.

“O preço alto associado à expectativa de mais café arábica e de uma boa safra de conilon, repetindo os 22 a 23 milhões de sacas do ano passado, balizam essa postura”, disse.

Conforme a Safras, a comercialização da safra velha brasileira de café (2022/23) alcançava até o último dia 15 cerca de 78% da produção, contra 75% do mês anterior. O percentual de vendas é bem inferior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 86% da safra. E o fluxo de vendas também está abaixo dos últimos anos na média para o período (81%).

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