Muito se fala sobre implante hormonal no Brasil, no entanto, um número considerável de mulheres desconhecem esse tratamento. Inserido na pele através de um tubinho de 4 a 5 cm, o implante hormonal contém substâncias que caem na corrente sanguínea e, de maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo feminino.
“É comum a utilização desses hormônios para bloquear a ovulação, tratar desequilíbrios, assim como nos casos de doenças hormônio dependentes. Ademais, os tratamentos podem ser individualizados, com substâncias e doses específicas para cada paciente”, revela o ginecologista, Dr. Walter Pace, especialista em reprodução humana.
Para que serve o implante hormonal?
O implante hormonal é uma via de administração de hormônios pelo subcutâneo que não passa pelo estômago e nem é processado pelo fígado. Isso traz uma série de vantagens, entre elas, a ausência de efeitos colaterais.
Através dessa via, é possível usar hormônios para anticoncepção, para o tratamento de doenças que são hormônio dependentes, como endometriose, miomatose, hiperplasia, displasia mamária e osteoporose, e também para reposição hormonal.
A aplicação pode ocasionar dor?
Mito. A aplicação dos implantes hormonais raramente provoca dor, pelo contrário. É um procedimento bastante inócuo, tranquilo, pouco agressivo para a mulher.
O tratamento pode causar infertilidade?
Mito. Determinados hormônios, ao contrário, protegem contra fatores que levam à infertilidade, tal como os progestínicos — que bloqueiam a ovulação, tratam da endometriose e suprimem a menstruação. Com isso, levam à preservação da fertilidade porque diminuem a inflamação e diminuem o refluxo do sangue do interior do abdômen.
Tratamentos individualizados podem minimizar o surgimento de efeitos colaterais?
Verdade. Partindo do princípio que o que faz mal não é o hormônio, mas sim, o excesso ou a carência, a partir de uma medicação ou esquema hormonal que seja equilibrado, esses efeitos colaterais tendem a reduzir.
Os tratamentos hormonais, na maioria das vezes, têm como propósito tratar uma determinada carência, ou algumas vezes, tratar o excesso. O que de fato faz mal é o desequilíbrio. Por meio de um tratamento individualizado, é possível montar um esquema equilibrado, eliminando os efeitos colaterais.
“A chave e o ponto central é buscar uma linha de equilíbrio na administração desses hormônios. Quando aplicados corretamente, tratamos os desequilíbrios, de fato. Determinados hormônios, provêm o ganho de massa magra, perda da gordura, o que facilita o emagrecimento, mas sozinhos não fazem isso. É preciso uma boa alimentação e uma boa rotina de atividades físicas. A vida tem que ser saudável”, afirma o Dr. Pace.