Há pouco menos de um mês, a Arezzo (ARZZ3) informou ao mercado a compra da marca de calçados Vicenza pelo valor de R$ 103,8 milhões. Em comunicado, a varejista de alta renda afirmou que a compra fazia parte da estratégia de crescimento e diversificação de marcas.
Após o anúncio, o banco de investimentos Goldman Sachs encaminhou um relatório aos clientes reiterando a recomendação de compra para as ações da varejista. Na segunda-feira (13), o banco divulgou um novo documento com mais detalhes sobre a tese de investimentos na empresa.
Segundo os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, o foco da Arezzo na faixa de renda mais alta “deixa a empresa relativamente isolada das incertezas relacionadas ao cenário de demanda para o varejo discricionário no Brasil”.
Mesmo não citando textualmente, até as pedras do calçamento da avenida Faria Lima sabem que o banco está se referindo à Americanas (AMER3). Apesar de Americanas e Arezzo terem em comum apenas o fato de seus nomes começarem com a letra “A”, a crise que se abateu sobre a Americanas está, em maior ou menor grau, afetando o varejo como um todo. Porém, para os analistas da Goldman, a Arezzo é um caso à parte.
Eles afirmam que a empresa está negociando a 17 vezes o P/L (preço/lucro) em 2023. Isso se compara a uma média de 13 vezes para os pares de vestuário, “mas acreditamos que um prêmio é garantido, dado o histórico consistente da Arezzo de investir em novas iniciativas de crescimento e visibilidade, uma taxa de crescimento anual composta entre 2021 e 2024 de 21%.”
A projeção dos analistas para 2023 é de alta de 21% na receita bruta e de 19% na receita líquida. O principal impulsionador é a expansão de lojas (próprias ou franquias) em 9%, além de maiores vendas na faixa de “mesmas lojas”, +16% anual.
O preço-alvo de 12 meses do Goldman Sachs para as ações ARZZ3 é de R$ 126, equivalente a uma valorização de 62% em relação ao valor do último fechamento, de R$ 77,52.
Hoje (15), por volta das 12h20 (horário de Brasília), os papéis da Arezzo registravam alta de 2,45%, a R$ 79,34.
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Marcas em destaque
Em conversa com os analistas do Goldman Sachs, a administração da Arezzo afirmou que a expansão daqui para frente deve vir do comércio eletrônico e das novas iniciativas da marca: Brizza, Bambini e Schutz. A coleção Brizza já responde por 5% dos volumes de vendas, já a Schutz os analistas veem como o melhor trabalho em andamento.
“Podemos esperar que uma parte das lojas Schutz se torne híbrida, misturando o sortimento básico de calçados/bolsas com casacos e roupas sob medida. No longo prazo, a administração vê potencial para que o vestuário represente de 30% a 40% das vendas, embora reconheça que o projeto ainda está em desenvolvimento.”
A Reserva continua sustentando um bom crescimento, com aumento de recorrência/frequência de compra do cliente e o valor vitalício de seus produtos, diz o relatório. As vendas representam 20% do total. Os analistas esperam crescimento de 30% nas receitas da marca este ano.
Por fim, a Vans – que enfrenta dificuldades no cenário internacional – continua forte no Brasil. “Olhando para o futuro, vemos potencial para a Arezzo abrir de oito a dez lojas Vans por ano, com espaço para adição total de 50 lojas.”
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