Pular bastante no Carnaval requer muita animação e disposição. E quando a fome aperta, muitos foliões recorrem à comida de rua, como churrasquinho, cachorro-quente, queijinho, entre outras. Essas opções podem ser práticas e atrativas, mas é preciso muita atenção na higiene, na manipulação e na conservação, para que a festa não termine mais cedo por conta de problemas alimentares.
A professora de Nutrição da Unijorge Renata Oliveira faz um alerta para alguns itens bem comuns que é melhor evitar na folia. É o caso do cachorro-quente, que normalmente fica exposto, sem proteção e é melhor não consumir, principalmente se o molho não tiver aquecido.
Além disso, segundo ela, é bom não arriscar com sanduíches naturais, queijos (como o coalho no espeto), carne (especialmente a mal passada) e as opções de refeição que possuem ingredientes crus ou que são muito manipulados, como o vinagrete ou a salada de fruta. “Esses alimentos possuem constituintes que precisariam ser mantidos a uma temperatura controlada, o que necessitaria de um refrigerador ou um aquecimento, e isso normalmente não é possível nas ruas”, diz a especialista.
A forma como a comida é manipulada também é um aspecto que merece atenção. É importante verificar se a pessoa que monta e serve o prato está higienizando as mãos e se é ela quem recebe o dinheiro. Afinal, as cédulas de dinheiro e as moedas podem carregar vírus e bactérias.
Outra dica é sempre olhar ao redor do local e verificar as condições de limpeza, se há água suja parada nas proximidades da produção ou venda e se há animais de estimação muito próximos. Caso a instalação não esteja em local adequado, há risco grande de contaminação.
Possíveis problemas desses alimentos
Segundo Renata, se o folião errar na escolha pode desenvolver intoxicação alimentar e apresentar alguns sinais e sintomas característicos. Alguns desses sinais são náuseas, vômito, dor abdominal, diarreia, sensação de “suor frio”, não sendo necessária a presença de todos eles juntos. “Os sintomas relacionados à intoxicação alimentar, ou mais precisamente à toxinfecção alimentar, podem surgir entre 30 minutos e 72 horas do consumo. Nesses casos, é necessário procurar atendimento médico para as orientações e cuidados necessários”, destaca Renata.
E o que comer?
Mas, se é melhor evitar todos esses alimentos mais típicos do Carnaval e dos bloquinhos, o que podemos ingerir nessas ocasiões? Primeiramente, como explicado por Renata, a hidratação não pode ficar de lado, é preciso beber água sempre. Você pode acrescentar também a água de coco para hidratar e repor os eletrólitos perdidos com o suor.
Além disso, dê preferência a uma alimentação leve e de fácil digestão com vegetais (frutas, verduras, saladas). Consumir feijão com arroz e outros alimentos ricos em carboidratos, visando a reposição de energia, também é uma boa.
E, por fim, associar isso a uma proteína para combater a fraqueza muscular, a exemplo do ovo, carne vermelha sem gordura aparente, frango sem pele ou peixe sem muito azeite, também vai ajudar muito na hora de manter a saúde no Carnaval.