Eles influenciam bilionários: quem são os investidores ativistas?

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O número de ativistas no mercado aumentou desde 2017, possivelmente devido aos baixos preços das ações

Em meados de janeiro, o bilionário indiano Gautam Adani perdeu US$ 64,7 bilhões (R$ 339,38 bilhões) de seu patrimônio. Adani chegou a ser o terceiro na lista de bilionários da Forbes. No entanto, na manhã da sexta-feira (10) ele estava na 22ª posição.

Isso ocorreu depois que o investidor ativista Hindenburg Research publicou um relatório acusando a Adani Group de estar “envolvida em manipulação descarada de ações e esquema de fraude contábil ao longo de décadas”. Enquanto isso, as ações da Nordstrom aumentaram mais de 20% após o investidor ativista Ryan Cohen relatar uma grande adesão.

Quem são os investidores ativistas? Eles compram participações minoritárias (mas relevantes) em empresas para mudá-las por uma série de razões. A principal, claro, é obter lucro. Também chamados de acionistas ativistas, eles geralmente investem em empresas de baixo desempenho, tentam melhorar a gestão e depois vendem as ações com lucro.

Diferentemente dos corporate raiders, conhecidos por comprar o controle de empresas, assumir seus conselhos e vendê-las pelo lance mais alto, os ativistas compram participações minoritárias e realizam campanhas para convencer os executivos e os demais acionistas a realizar mudanças. Sua atuação está em alta, reacendendo a discussão sobre quem são, o que fazem e se devem ou não ser regulamentados.

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O número de ativistas no mercado aumentou desde 2017, possivelmente devido aos baixos preços das ações, tornando mais fácil para os investidores comprar grandes ações de empresas que eles acham que podem ser melhoradas.

A Disney e a gigante do software Salesforce estão ambas envolvidas com vários investidores ativistas, informou o Wall Street Journal nesta semana. Esse fenômeno é chamado de “enxame” e está aumentando, saltando de 7 empresas em 2020 para 17 em 2022.

Como os investidores ativistas exercem controle?

Os ativistas anunciam sua campanha arquivando um documento 13D na SEC (Securities and Exchange Commission), equivalente americana da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que permite que o conselho e outros acionistas saibam quando alguém comprou 5% ou mais das ações da empresa. Eles tentam afirmar o controle realizando campanhas para persuadir outros acionistas de sua visão.

Se os executivos resistirem às mudanças, os ativistas podem iniciar uma campanha de relações públicas para convencer os acionistas de sua posição. O passo mais agressivo que um ativista pode tomar, exceto ataques corporativos, é nomear um novo candidato para um cargo no conselho e pedir aos acionistas que votem contra o titular na reunião anual de acionistas em uma disputa por procuração.

Uma forma de medir o sucesso da campanha de um ativista é quantos assentos no conselho eles conquistam, embora eles não se limitem a mudar o conselho. Os ativistas podem tentar mudar tudo, desde os gastos e investimentos da empresa até sua postura em relação à responsabilidade social, desde que tenham o apoio dos acionistas.

O investimento ativista de hoje surgiu das agressivas incursões corporativas comuns nas décadas de 1970 e 1980. Alguns dos ativistas mais prolíficos de hoje, como os gestores de fundos de hedge Carl Icahn e Nelson Peltz (que está envolvido em uma campanha com a Disney), começaram como corporate raiders nos anos 1980.

Os investidores começaram a buscar participações minoritárias e mudanças além da sala do Conselho na década de 1990.

Em 2022, a SEC propôs novos regulamentos de arquivamento que efetivamente tornariam mais difícil para os ativistas realizar campanhas. Os especialistas discordam se o investimento ativista deve ser regulamentado com mais rigor.

Um artigo de 2022 publicado no Yale Law Journal argumenta que os ativistas são propensos a cometer erros não lucrativos e devem ser regulamentados como corporate raiders. Matt Levine, da Bloomberg, contra-ataca a ameaça do ativismo – fazer campanha contra e ser eliminado em uma luta por procuração – que força os executivos a tornar as empresas o mais lucrativas possível.

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