A Food To Save, foodtech que atua no combate ao desperdício de alimentos, atingiu o marco de mil toneladas salvas nesta semana na Capital Paulista, Grande ABC, Americana (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Com a perspectiva de conseguir números ainda mais expressivos em 2023, a companhia projeta faturar R$ 16 milhões, alta de 220% em relação ao valor registrado no ano passado.
A empresa surgiu a partir de necessidade do co-fundador Lucas Infante, que administrava uma franquia do supermercado Carrefour na Espanha. O executivo sentia na pele a dor de ver alimentos de sua loja irem parar no lixo, sem contar o prejuízo financeiro.
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“Eu comecei a pensar no absurdo que era, em uma loja pequena como a minha, tanto alimento ser jogado fora, a quantidade de dinheiro perdida, as pessoas passando fome”, afirma Infante. “Foi quando decidi mergulhar de cabeça nesse tema de food waste e conhecer quais eram as soluções disponíveis no mercado para tentar resolver o problema.”
Se países de primeiro mundo como a Espanha passam por problemas como esse, imagina no Brasil. Foi isso que o atual CEO da companhia pensou, quando decidiu trazer o seu negócio para cá.
A junção com mais três sócios deu vida à Food To Save em 2020. A empresa funciona como um marketplace. Um aplicativo conecta redes de alimentos aos consumidores para distribuir os excedentes de produção a um preço mais acessível que o das lojas.
“Uma loja de donuts, por exemplo, produz o alimento de manhã e ao fim do dia percebe que, após não vender todas as unidades prontas, terá que jogar fora o excedente”, explica Infante. “Com a Food To Save, o vendedor coloca alguns donuts em uma sacola surpresa e anuncia no aplicativo por um preço muito inferior ao vendido fisicamente, mesmo com a qualidade ainda muito boa.”
De acordo com o CEO, o processo traz benefícios para o meio ambiente, que não recebe esse descarte de alimentos bons para o consumo e do CO2 emitido por eles, retorna uma parte do dinheiro que seria perdido para os vendedores e ainda democratiza o acesso a produtos que muitas vezes seriam nichados para classes como A e B.
Em 2022, a empresa afirma que gerou mais de R$ 10 milhões de receita incremental para os estabelecimentos parceiros.
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“O nosso grande desafio continua sendo a questão cultural. De nada serve oferecer uma solução que vende o excedente sem reeducar o empresário e a sociedade”, afirma Infante. “O papel que temos é comunicar o nosso objetivo e o nosso propósito e em 2022 conseguimos conquistar grandes parcerias para acelerar esse processo.”
Hoje, a Food To Save tem mais de 1500 estabelecimentos cadastrados na plataforma, com nomes como Rei do Mate, Havanna, Dídio Pizza, Natural da Terra, Hortifruti e Brownie do Luiz no portfólio. Grandes redes como Nestlé e Ambev também iniciaram parcerias com a empresa no último ano.
Infante ainda comenta que no início teve muita dificuldade de mostrar que a proposta traz valor e não tira a qualidade dos produtos, o que muitas vezes era um impeditivo para a chegada de novas empresas na plataforma. “Nós conseguimos mostrar que eles não estão estragando a sua proposta de valor ao entrar no projeto e sim mostrando o quão preocupado você é, além da sua marca”, diz.
Apesar do CEO morar na Europa, o foco da companhia para os próximos anos é crescer dentro do Brasil e expandir os negócios para a América Latina, que, em sua visão, tem muita coisa para ser aprimorada.
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