Muitas pessoas vêm para a terapia se perguntando se vale a pena continuar com uma certa amizade. Eles fazem perguntas como “Eu mereço algo melhor?” ou “Estou sendo muito exigente?” ou “Não tenho certeza se me sinto tão bem quando passo um tempo com ele/ela”.
Se você se encontra em uma situação semelhante, saiba que não está sozinho. É comum que as pessoas reavaliem suas amizades. É comum passarmos tempo com as pessoas, mesmo quando nosso bom senso nos diz o contrário. Também é comum que os amigos se afastem e retornem à medida que as circunstâncias de nossa vida mudam.
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Se você acha que uma amizade está degringolando a ponto de não fazer bem a sua saúde mental, aqui estão três maneiras de avaliar a situação.
1. Como eles reagem quando você compartilha notícias boas com eles?
A reação de amigos íntimos ao ouvir suas notícias boas pode revelar muito sobre a capacidade deles de manter relacionamentos saudáveis.
Alguns amigos podem estar genuinamente felizes por você, enquanto outros podem reagir com inveja ou negatividade. Amigos que constantemente reagem com negatividade ou mostram pouco entusiasmo quando você compartilha boas notícias provavelmente não são bons para o seu bem-estar psicológico.
É importante ter amigos que o apoiem e incentivem, em vez de derrubá-lo. Cercar-se de pessoas positivas que comemoram seus sucessos e oferecem um ombro para se apoiar em tempos difíceis é crucial para o crescimento pessoal e a felicidade. Um bom amigo deve estar presente para compartilhar sua alegria e ajudá-lo a enfrentar os desafios da vida.
Isso não significa que você precisa cortar todos que não respondem com positividade a cada um de seus sucessos. Somos todos humanos e todos temos dias ruins. No entanto, se você notar um padrão de agressão passiva ou hostilidade indireta, pode ser hora de reavaliar seu relacionamento com essa pessoa.
2. Eles perguntam sobre você ou só pensam neles mesmos?
Relacionamentos saudáveis exigem dar e receber. Um amigo que está sempre falando sobre si mesmo e nunca pergunta sobre você pode ofuscar seu brilho. Relacionamentos unilaterais podem ser desgastantes e levar a sentimentos de negligência.
Por outro lado, amigos que mostram interesse genuíno em sua vida e perguntam sobre você regularmente são preciosos. Esse tipo de comunicação bidirecional é fundamental para construir confiança e respeito mútuo em uma amizade.
Um bom amigo sempre se esforçará para entender sua perspectiva e estará presente para ouvir suas preocupações, em vez de amizades unilaterais que podem fazer você se sentir inaudível e desvalorizado.
3. Você se sente mais autêntico perto deles?
É importante cercar-se de pessoas que o aceitam e apoiam por quem você é. Se você sente que precisa esconder ou mudar aspectos de si mesmo para se encaixar com um determinado amigo, talvez seja hora de reavaliar essa amizade.
Petra Kipfelsberger, principal autora de um recente estudo sobre autenticidade, nos incentiva a sermos mais autênticos fazendo coisas que estimulem os seguintes três comportamentos:
Reduzir a autoalienação, ou seja, rejeitar a experiência subjetiva de ‘estar fora de contato consigo mesmo’ ou ‘não se conhecer’.
Aumentar a vida autêntica, ou seja, comportar-se de maneira fiel ao seu eu central na maioria das situações.
Rejeitar influências externas, ou seja, não ser movido pelo desejo de se conformar às expectativas dos outros e, em vez disso, seguir seus próprios valores e crenças.
Os amigos que o apoiam em sua jornada de autenticidade valem seu peso em ouro. Amigos que não o fazem podem não valer seu tempo e energia.
Conclusão
Todos os nossos relacionamentos na vida têm valor e nunca é uma boa ideia queimar pontes ou cortar pessoas. No entanto, ficar ciente de quais amigos estão realmente apoiando seus objetivos de saúde mental é uma maneira inteligente de priorizar seu tempo e relacionamentos.
*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.
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