Por que Rihanna não será paga por seu show no intervalo do Super Bowl

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Ilustração: Fernando Capeto; fotos: Axelle/Bauer-Griffin/Filmmagic/Getty Images; Kevin Mazur/Getty Images; e Lyons/Getty Images

Rihanna e suas marcas Fenty Beauty e Savage x Fenty podem se beneficiar com seu retorno aos palcos no intervalo do Super Bowl

Em 2019, Rihanna recusou a chance de fazer o show do intervalo do Super Bowl, e contou à Vogue que fez isso em apoio ao ex-zagueiro Colin Kaepernick, que foi expulso da NFL por se ajoelhar em um protesto antirracista e contra a brutalidade policial. “Eu simplesmente não podia ser uma vendida”, disse a popstar na época.

Agora, a cantora que virou bilionária do ramo da beleza vai subir ao palco no intervalo da final em uma ação da Apple Music para o Super Bowl LVII, e se apresentar para cerca de 190 milhões de telespectadores no domingo (12). “Senti que era agora ou nunca para mim”, disse Rihanna em uma entrevista há alguns meses. “O Super Bowl é um dos maiores palcos do mundo, é o sonho de qualquer artista estar em um palco como aquele.”

A apresentação marca o retorno de Rihanna à música após quase seis anos afastada. Em outubro, ela lançou seu primeiro single desde 2017 – “Lift Me Up”, do filme “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, que rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original

Não que a cantora de 34 anos tenha ficado parada durante seu hiato da música. Além de dar à luz seu primeiro filho em maio, ela transformou a Fenty Beauty – lançada há seis anos com a gigante de artigos de luxo LVMH – em uma das marcas de cosméticos mais inclusivas e bem-sucedidas do setor, com um valor estimado de US$ 2,8 bilhões (R$ 14,64 bilhões)

Em 2018, lançou também a marca de lingerie Savage X Fenty, que considerava um IPO de US$ 3 bilhões (R$ 15,69 bilhões), após uma rodada de financiamento de US$ 125 milhões (R$ 653 milhões) no ano passado. Juntos, os negócios representam a grande maioria da fortuna estimada em US$ 1,4 bilhão (R$ 7,32 bilhões) da cantora.

É bom mesmo que ela não esteja com dificuldades financeiras, porque Rihanna não será paga por sua apresentação no Super Bowl, como geralmente acontece com os headliners do intervalo.

Artistas de primeira linha, incluindo Beyoncé, Bruno Mars, Justin Timberlake e Lady Gaga não são pagos para se apresentar na final, mas o show oferece enormes benefícios da exposição a um público massivo. 

Este ano, a expectativa é que o número de espectadores chegue a 192 milhões. Chame isso de “efeito show do intervalo”: quando Lady Gaga subiu ao palco em 2017, suas vendas de álbuns e músicas aumentaram 1000%, segundo a Billboard. E Jennifer Lopez ganhou 2,3 milhões de novos seguidores nas redes sociais depois que ela e Shakira se apresentaram em 2020.

A apresentação do ano passado contou com as lendas do hip-hop Dr. Dre, Snoop Dogg, Mary J. Blige, Kendrick Lamar, Eminem e 50 Cent, e todos eles foram beneficiados pela exposição massiva do Super Bowl. Na semana seguinte, Dr. Dre viu um aumento de 183% nas vendas de seus álbuns e de 105% nas transmissões sob demanda, de acordo com dados da Luminate

As vendas de álbuns de Blige aumentaram 999% durante esse período, e as de Snoop Dogg subiram 361%. E a produção em si continuou a receber elogios muito depois do fim do grande jogo: foi indicada a cinco prêmios Emmy e ganhou três, incluindo o troféu de Melhor Especial de Variedades ao Vivo, a primeira vez em que um show do intervalo do Super Bowl ganhou o prêmio.

Para Rihanna, que já tem quase 250 milhões de seguidores no Twitter e no Instagram, a apresentação no Super Bowl é sua chance de retornar às raízes musicais e se reconectar com seu público depois de anos longe dos palcos – em maio de 2022, ela apareceu no videoclipe do seu parceiro A$AP Rocky. 

É também mais uma colaboração com Jay-Z, cuja empresa Roc Nation firmou uma parceria de longo prazo com a NFL em 2019 como estrategista de entretenimento de música ao vivo.

Pagando para trabalhar

E, como os comerciais do Super Bowl, os shows do intervalo não são baratos – as produções podem custar mais de US$ 10 milhões (R$ 52 milhões). Para o show do intervalo de 2021 do The Weeknd, ele gastou US$ 7 milhões (R$ 36 milhões) de seu próprio bolso para garantir que a apresentação ficasse do jeito que queria, e uma fonte próxima ao Dr. Dre disse à Forbes que o rapper e produtor também gastou algo parecido em seu show no ano passado. Assim como o patrocinador anterior, a Pepsi, havia feito no passado, espera-se que a NFL e a Apple Music paguem a conta pela performance de Rihanna, confirmou um porta-voz da NFL.

Um representante de Rihanna se recusou a confirmar se ela está investindo seu próprio dinheiro no show. A Roc Nation e a Apple Music não responderam aos pedidos de comentário da Forbes.

“Eu me envolvo em todos os aspectos de tudo o que faço”, disse Rihanna ontem (9) em entrevista coletiva antes do jogo. “Seja o Super Bowl, seja um produto de maquiagem ou a lingerie Savage. Quero nomear cada batom que faço”, afirmou. 

A Fenty Beauty e a Savage X Fenty também devem ganhar muito com o espetáculo de domingo. A apresentação acontece dias antes do Valentine’s Day nos Estados Unidos, um momento historicamente movimentado para a indústria de lingerie. Ambas as marcas lançaram linhas de edição limitada com a temática de futebol, com moletons e camisetas com a frase “Show de Rihanna interrompido por um jogo de futebol, estranho, mas tanto faz”, batons e até mesmo uma esponja de maquiagem em forma de bola.

“O iluminador da Fenty definitivamente está ajudando hoje porque eu ainda não dormi”, brincou Rihanna na coletiva de imprensa, em uma pausa dos ensaios. 

Mas o verdadeiro foco do show de domingo é a música. “Este show vai ser uma celebração do meu catálogo, a melhor maneira de montá-lo”, disse ela antes da apresentação. “Estou tentando colocar 17 anos de trabalho em 13 minutos”, conta. Pode ser um sinal do que está por vir. Há indícios de que a cantora deve sair em turnê ainda este ano, a primeira desde 2016, algo que os fãs esperam que ela anuncie no domingo.

Mas eles podem ter que medir suas expectativas. “Super Bowl é uma coisa. Música nova é outra.”

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