O Bradesco anunciou hoje (9) que fez uma provisão extraordinária de R$ 4,9 bilhões para cobrir sua exposição total à Americanas, que pediu recuperação judicial no mês passado.
A medida teve forte impacto no resultado do banco no quarto trimestre, com o lucro recorrente de R$ 1,595 bilhão ficando bastante aquém da projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 4,4 bilhões. Na comparação frente ao mesmo período de 2021, o lucro caiu 75,9%.
A provisão total do Bradesco para inadimplência foi de R$ 14,9 bilhões, mais do que o dobro do reservado um ano antes.
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Outro credor que decidiu provisionar o empréstimo à Americanas foi o Itaú Unibanco (ITUB4). São R$ 2,9 bilhões que o Itaú tem a receber da empresa varejista, que entrou em RJ (Recuperação Judicial) no dia 19 de janeiro. A medida também impactou o resultado trimestral da instituição, que teve redução de R$ 719 milhões no lucro previsto. Sem a recuperação judicial da varejista, o resultado teria sido R$ 8,3 bilhões, alta de cerca de 4% ante o trimestre anterior.
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No acumulado do ano, o Itaú lucrou R$ 30,8 bilhões, aumento de 14,5% em relação a 2021. Segundo Milton Maluhy Filho, CEO do banco, que não citou nominalmente a Americanas, o que ocorreu foi uma fraude, mas esse é um caso isolado. “Não encontramos casos semelhantes na nossa carteira de crédito”, disse ele. O executivo descartou a hipótese de que o que ocorreu com a Americanas afete a saúde de crédito de outras companhias.
(Com Reuters)
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