China se torna maior comprador de milho do Brasil em janeiro

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Rodolfo Buhrer/Reuters

Grãos de milho após colheita em fazenda no Brasil.

A China se tornou o principal destino das exportações de milho do Brasil em janeiro em volume, superando importadores tradicionais como Japão, Irã e Espanha, segundo dados comerciais revisados e divulgados pelo governo brasileiro hoje (9).

O Brasil vendeu 983.684 toneladas para a China no período, o segundo mês completo de comércio de milho após as autorizações de Pequim para as vendas brasileiras do cereal no final de novembro.

O país já envia a maior parte de sua soja para a China, um grande importador que também compra carne e outros alimentos básicos do Brasil. Conquistar um grande cliente como a China ajudará o Brasil a obter uma fatia ainda maior do comércio global de milho.

Até recentemente, a China importava aproximadamente 70% do milho dos EUA e 29% do milho ucraniano, disse a associação de exportadores de cereais Anec. Entretanto, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, a China procurou novos fornecedores.

No ano passado, o gigante asiático já era destino de 1,16 milhão de toneladas de milho do Brasil, com quase a totalidade embarcada em dezembro.

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Em 2023, apesar do aumento na produção doméstica de milho, a China importará cerca de 20 milhões de toneladas, disse a Anec.

Ontem (8), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou a previsão de exportação do cereal do Brasil para 47 milhões de toneladas na temporada 2022/23, ante 45 milhões de toneladas estimadas anteriormente.

Em valor, as exportações brasileiras de milho para a China totalizaram US$ 271,4 milhões em janeiro, representando cerca de 15% do total de US$ 1,773 bilhão exportado no mês, segundo dados comerciais revisados.

O Japão, segundo maior comprador de milho do Brasil em volume e o primeiro em valor no mês passado, pagou US$ 275,2 milhões por 975.858 toneladas, mostraram os novos dados comerciais.

A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) também revisou os dados de exportações brasileiras de milho para janeiro, reduzindo o volume para 6,16 milhões de toneladas, ante 6,34 milhões de toneladas apontadas na semana passada.

Citando dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados hoje, a consultoria Carlos Cogo ressaltou que os exportadores brasileiros devem enviar 50 milhões de toneladas de milho ao mercado internacional neste ano, contra 48,9 milhões de toneladas dos norte-americanos, assumindo a liderança nos embarques globais do cereal.

“O USDA, pela primeira vez, confirma a projeção da Cogo… Com uma trajetória impressionante, em menos de 15 anos, as exportações brasileiras saíram de pouco mais de 10 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas”, disse em nota o proprietário e diretor da consultoria, Carlos Cogo.

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