Um dos pontos mais desafiadores no bem-estar dos animais de produção, nos bovinos, é o transporte. Seja entre fazendas, seja para indústria frigorífica, a regulamentação brasileira evoluiu, considerando itens que favorecem o bem-estar animal, como piso antiderrapante, altura mínima da carreta, ventilação, evitar elementos pontiagudos que possam machucar os animais.
Porém, esse é um tema que exige ainda muita pesquisa, especialmente conscientização. Por exemplo, é permitido o uso de caminhões com dois pisos.
Porém, não é exigido elevadores internos e muitas carretas, ainda, são fabricadas com rampas de acesso tanto para desembarque quanto para embarque. Um modelo que não é interessante, ocorrendo o maior número de contusões acidentes. Com elevadores, a gente evita esses desníveis dentro da própria carreta.
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O treinamento também é algo essencial, com reciclagem constante, especialmente aos motoristas que precisam enfrentar a falta de estrutura das estradas em todo o interior do Brasil e onde, estabelecer uma velocidade constante, é algo impossível. Com tantos buracos, o acelera e breca se torna um movimento constante e por isso é preciso muita habilidade para superar esse problema.
E, por fim, é necessário o desembarque calmo e respeitando o bem-estar dos animais nessa chegada.Cada detalhe é um sinal de respeito da cadeia produtiva com os animais.
A ciência já mostrou que a falta de cuidado, especialmente nesse momento final, interfere nas características da carne, como cor, sabor, cheiro, maciez e valor nutricional. Portanto o esforço para o bem-estar dos animais é de todos e beneficia a todos.
* Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.
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