O Itaú Unibanco (ITUB4) era a líder de ganhos do Ibovespa hoje (8), após o banco ter sinalizado que deve manter sua rentabilidade neste ano, aliviando o mercado em relação aos efeitos do cenário econômico adverso e do colapso da Americanas (AMER3).
Às 16h15 (horário de Brasília), a ação do maior banco da América Latina subia 7,62%, a R$ 26,42, enquanto o principal índice da bolsa paulista avançava 2%.
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A alta das ações do Itaú vem após comentários do presidente-executivo do banco, Milton Maluhy Filho, em relação à Americanas. A varejista pediu recuperação judicial no mês passado, após ter revelado um rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões. Hoje, as ações da Americanas tombavam quase 12%.
“Na nossa visão, em função de tudo a que a gente viu até agora é um caso isolado, é uma fraude”, disse o executivo em conferência com analistas sobre o resultado do quarto trimestre, adicionando que o Itaú não mudou os preços de operações de empréstimos para grandes empresas devido ao caso da varejista.
Na noite de terça-feira (7), o Itaú anunciou uma provisão extra de R$ 1,3 bilhão para perdas com Americanas para o quarto trimestre de 2022, o que corresponde a 100% da exposição do banco à varejista. Não fosse isso, o banco teria tido lucro recorrente em linha com as expectativas do mercado.
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Maluhy Filho explicou que, embora não soubesse que havia uma fraude, o Itaú já vinha reduzindo empréstimos para a empresa, porque percebeu que havia algo errado com a companhia.
“A gente reduziu 1 bilhão de reais de exposição no caso específico no segundo semestre, já havia um certo desconforto em relação a uma série de informações”, disse ele, sem dar mais detalhes. “Na medida que as operações foram vencendo a gente não foi produzindo operações novas.”
Ações de outros grandes bancos acompanhavam o movimento de Itaú, porém com menor intensidade. Bradesco, que divulga seu balanço do quarto trimestre na quinta-feira, subia 4,4%, enquanto Santander Brasil, que publicou o seu na semana passada, tinha elevação de 2,7%.
Com a alta desta sessão, a ação do Itaú é a única dentre os três gigantes privados do varejo bancário a recuperar o nível anterior ao do anúncio de “inconsistências contábeis” da Americanas, em 11 de janeiro.
Conjuntura
Segundo Maluhy Filho, as provisões previstas pelo Itaú para 2023 já contemplam uma piora conjuntural do crédito no atacado brasileiro. Ele revelou que a expectativa de piora na qualidade do crédito com grandes clientes explica em parte o aumento de cerca de 20% do chamado custo do crédito em 2023 e que isso reflete uma política conservadora do banco.
Em relatório, analistas do Credit Suisse consideraram que o conjunto de resultados do quarto trimestre e previsões para este ano “são uma prova do poder de execução do Itaú”. O Credit reiterou recomendação “outperform” para as ações, por acreditar “firmemente que o desempenho operacional continuará a se distanciar de outros pares do setor privado”.
Segundo a Refinitiv, 12 de 16 analistas que acompanham a ação do Itaú têm recomendação de compra para o papel.
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