Um instrumento científico no Telescópio Espacial James Webb (JWST) foi desligado e ligado novamente por engenheiros da NASA, depois que a espaçonave foi atingida por raios galácticos, de acordo com a agência espacial.
Uma postagem no blog revela que, em 15 de janeiro, o instrumento NIRISS (Near Infrared Imager and Slitless Spectrograph), do telescópio, foi afetado por radiação de alta energia de fora do nosso sistema solar, (na Via Lactea), interrompendo seu equipamento de comunicação.
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O NIRISS é crucial para o JWST porque pode analisar as atmosferas de exoplanetas distantes. Até agora, o sistema ajudou a encontrar dióxido de carbono na atmosfera de WASP-39b, um gigante de gás quente que orbita uma estrela parecida com o Sol, a cerca de 700 anos-luz da Terra. Ele está apto para revolucionar a compreensão dos cientistas sobre exoplanetas e suas atmosferas – e pode ajudar a revelar um mundo semelhante à Terra.
No entanto, após o incidente, o NIRISS não conseguiu se comunicar adequadamente. Então, ele foi reiniciado – desligado e ligado novamente – remotamente pelos engenheiros da NASA. Após um teste bem-sucedido em 28 de janeiro, o NIRISS voltou a fazer ciência em 30 de janeiro.
Todas as observações científicas afetadas pela interrupção serão reprogramadas, disse a NASA. “Estamos felizes em informar que o instrumento NIRISS do Webb está novamente online e com desempenho ideal”, disse Julie Van Campen, engenheira de sistemas Webb Integrated Science Instrument Module (ISIM) no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. “A NASA e a CSA ( Agência Espacial Canadense) fizeram uma parceria para abordar o problema da forma mais técnica possível, usando uma consideração detalhada de todas as áreas de operação do instrumento. Eles analisaram todos os métodos possíveis para recuperar os componentes eletrônicos com segurança.”
Encontrar raios cósmicos é uma parte normal e esperada da operação de qualquer espaçonave, disse a NASA. Em novembro de 2022, a NASA admitiu que o JWST havia sido atingido 14 vezes por micrometeoróides, minúsculas partículas de poeira espacial, danificando permanentemente seus 18 segmentos de berílio-ouro.
Nos próximos dois anos, o JWST voará através da poeira e detritos deixados no sistema solar interno pelo cometa Halley. Isso significa que o JWST poderia estar em manobra para ser direcionado para longe das partículas que chegam, impedindo-as de atingir seus espelhos .
O JWST é o telescópio de ciência espacial mais ambicioso e complexo já construído, com um enorme espelho primário de 6,5 metros, capaz de detectar a luz fraca de estrelas e galáxias distantes. Claro, desejando que enfrente céus limpos e de olhos bem abertos.
* Jamie Carter é jornalista e colaborador da Forebes EUA. Editor do site WhenIsTheNextEclipse.com e autor do livro “A Stargazing Program for Beginners: A Pocket Field Guide” (Springer, 2015), entre outros guias sobre eclipses.
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