Três ações de varejo para investir após escândalo na Americanas

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Foto: Reprodução/Itajaí Shopping

Vivara é uma das ações de varejo escolhida por analistas como boa opção de investimento após escândalo da Americanas

Após a expansão do comércio online entre 2020 e 2021, o setor varejista sofreu um revés muito grande com o aumento acelerado dos juros e da inflação, que deteriorou o poder de compra do consumidor. As ações do segmento já vinham caindo, ainda antes do escândalo contábil de R$ 41,2 bilhões que levou à recuperação judicial (RJ) das Americanas (AMER3).

Em 2022, as ações da Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, perderam mais de 60% do valor. Via (VIIA3) teve um desempenho um pouco melhor, ficou na faixa de 55% de perdas. Já a própria Americanas vinha de uma desvalorização de 68% no ano passado.

E quando os investidores já amargavam perdas, a notícia do rombo contábil bilionário, seguida por um pedido de recuperação judicial emergencial caiu como uma bomba no setor.

Rafael Ragazi, analista da casa independente Nord Research, avalia que os problemas da Americanas podem favorecer suas concorrentes diretas, como Magazine Luiza e Via. Entretanto, segundo Ragazi, “não é aí que estão as melhores oportunidades no varejo discricionário”.

Para ele, alguns subsetores estão melhor posicionados para captar os clientes neste momento. Ele destaca dois: mercado pet e mercado de luxo.

Lojas Renner (LREN3), Vivara (VIVA3) e Petz (PETZ3) são empresas interessantes dentro do setor de varejo, uma vez que dependem muito menos do cenário macro para crescer”, afirmou Ragazi.

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1. Lojas Renner (LREN3)

Maior varejista de moda do Brasil, a Lojas Renner trabalha com três marcas: Renner, Camicado e Youcom. Ragazi afirma que a empresa tem boas perspectivas não só para 2023 como também nos anos seguintes. Entre cinco e sete anos, o objetivo é atingir mil lojas espalhadas pelo país. No ano passado, a empresa abriu 40 lojas e encerrou 2022 com 672 unidades.

“Na pior crise econômica do nosso país (2015-2016), a Renner não parou de crescer. Nos anos anteriores, a companhia estava subindo seu lucro operacional (Ebitda) em mais de 20% ano a ano. Em 2015, o crescimento caiu para 18% e, em 2016, para 7%, mas logo depois voltou a acelerar”, diz Ragazi.

O analista ainda pondera que os múltiplos da companhia estão 50% abaixo de suas médias históricas agora e “definitivamente não refletem o potencial de crescimento”.

2. Vivara (VIVA3)

Assim como Lojas Renner, a Vivara também está trabalhando na sua expansão de lojas. A rede de joalherias encerrou 2022 com 336 unidades e planeja chegar a 540 até 2026.

“Além de investir em novas lojas, a Vivara também está investindo em novas tecnologias produtivas, em uma nova fábrica para triplicar a produção nos próximos cinco anos, em sistemas de gestão e em sua capacidade logística”, escreve o analista a Nord.

Ragazi seleciona seis pilares da tese de investimento na Vivara:

• Rentabilidade: altas taxas de retorno e margens operacionais;
• Resiliência: setor milenar com histórico de resiliência;
• Mercado: potencial de consolidação em um mercado amplamente fragmentado;
• Track record: marca com histórico de 60 anos de execução;
• Posicionamento: amplo espectro de clientes, com portfólio de produtos atendendo todas as fases da vida de uma pessoa;
• Competição: ambiente competitivo fragilizado, com poucos players estruturados.

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3. Petz (PETZ3)

Terceira escolha do analista, a Petz também está em um ritmo intenso de abertura de novas lojas. Entretanto, Ragazi explica que a estratégia é mais omnichannel neste caso.

“O crescimento de unidades contribui para o avanço da estratégia omnichannel da empresa, que utiliza as lojas como mini-hubs para sustentar o avanço das vendas digitais (que já representam mais de 30% do faturamento total) e melhorar sua eficiência logística.”

Foram 50 lojas inauguradas nos últimos 12 meses e o objetivo é entregar 40 unidades por ano até 2025.

Para Ragazi, Lojas Renner, Vivara e Petz aproveitaram a fragilidade da concorrência neste momento de crise econômica e aceleraram seus planos de expansão.

“Essas empresas ainda têm um forte crescimento orgânico pela frente, que depende delas, da abertura de lojas, do ganho de participação no mercado e devem aproveitar as dificuldades da concorrência para crescer mais”, afirmou o analista em nota.

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