A startup Symbiomics anunciou hoje (31) que captou R$ 10 milhões em sua primeira rodada de investimentos. Fundada em 2021 pela dupla Rafael de Souza e Jader Armanhi, CEO e COO respectivamente, a biontech desenvolve ferramentas de biotecnologia de alto desempenho.
Com o dinheiro em caixa, a estimativa é inaugurar um laboratório próprio. Através de sequenciamento genético, machine learning e edição genômica, o objetivo é desenvolver produtos como biofertilizantes e bioestimulantes, mais soluções de biocontrole e captura de carbono. A startup lida com microrganismos com potencial de aplicação tecnológica.
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“Os microrganismos guardam enorme potencial para uso como biofertilizante, bioestimulantes e biocontrole. A Amazônia, por exemplo, é riquíssima em biodiversidade, particularmente microbiana, e certamente poderá fornecer microrganismos que corroborem com a tese e gerem distribuição de riqueza local e empregos”, afirma Armanhi. Para Souza, a biotech se propõe a criar soluções para resolver um dos maiores desafios atuais da agricultura, que é aumentar a produtividade, gerando menor impacto ambiental. “A proposta da empresa é desenvolver produtos biológicos de nova geração, contendo microrganismos novos e tecnologias disruptivas. O recurso captado permitirá alavancar o desenvolvimento dessas soluções”, afirma.
Uma pesquisa da Kinetec, empresa global de dados e insights sobre o uso de defensivos agrícolas, mostra que cerca de 130 empresas de bioinsumos no Brasil movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão na safra 2020/2021. A estimativa de mercado atual é da ordem de R$ 3 bilhões por safra. De acordo com a MOV, gestora de fundos de investimentos de impacto socioambiental e uma das investidoras, o aumento sustentável da produção de alimentos para atender às demandas urgentes de uma população crescente está entre os desafios mais importantes da próxima década.
“Insumos biológicos têm excelente potencial de melhorar o rendimento de lavouras, substituir fertilizantes sintéticos, combater doenças e pragas, reduzir emissões de gases de efeito estufa, além de capturar carbono do meio ambiente”, afirma o CEO, Martin Mitteldorf. “Esse é o primeiro de 6 a 8 investimentos que faremos neste segundo fundo da MOV e estamos bastante otimistas com o potencial de impacto e retorno que isso poderá gerar.”
Para a Baraúna Venture Capital, outra investidora na biotech, a expectativa é que a Symbiomics se consolide como uma das principais referências em ciências aplicadas ao agronegócio. “O setor de biológicos no Brasil cresce a taxas elevadas e deve seguir assim por um bom tempo. A adoção desse tipo de produto é cada vez maior e acreditamos ser essa uma tendência muito forte e duradoura pois combina produtividade a sustentabilidade”, afirma.
Em fevereiro de 2022, a Symbiomics começou sua jornada. A Vesper Ventures, venture builder e gestora de fundos, decidiu, durante a rodada pré-seed, dar apoio financeiro e participar da gestão dos projetos. “Auxiliamos a startup em todos os níveis para prepará-la para as próximas etapas de desenvolvimento e na correta aproximação com outros fundos de investimento qualificados”, diz Gabriel Bottós, CEO da Vesper. Nos últimos dois anos já foram avaliados cerca de 3.000 projeto, com sete selecionados, entre eles a Symbiomics. “Por se tratar de um projeto que endereça um desafio global que poderá trazer um grande impacto positivo para nossa sociedade e para o mundo, demos continuidade”, afirma Bottós.
Segundo ele, ainda, a Symbiomics trará uma verdadeira revolução para as lavouras, com produtos que trazem ganhos significativos de produção e, ao mesmo tempo, reduzem drasticamente os danos gerados ao meio ambiente.
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