Sempre Agtech investirá R$ 190 milhões, parte em um centro de pesquisa

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Investimento da agtech será em biotecnologias, como edição gênica

A Sempre AgTech, com sede em Chapecó (SC), anunciou hoje (30) que vai investir R$ 190 milhões nos próximos três anos, de recursos próprios, no desenvolvimento de biotecnologias verdes para agricultura tropical e na retenção do conhecimento em solo brasileiro. Faz parte da iniciativa a criação de um centro de pesquisa em biotecnologia no Cerrado brasileiro. O montante, que deve chegar a, será voltado para novas tecnologias, totalmente nacionais, em agricultura de precisão.

“O nosso agro ainda depende de matérias-primas vindas de países como Índia, Rússia e China para assegurar o suprimento de fertilizantes e defensivos agrícolas para o campo”, diz Segundo Prezzotto, fundador e CEO da agtech Sempre. “O setor é pujante, mas os ativos estratégicos utilizados atualmente não são brasileiros. Na outra ponta da cadeia, as tecnologias são dominadas e desenvolvidas exclusivamente por multinacionais globalmente consolidadas. O que nós queremos fazer é que esses ativos biotecnológicos estratégicos se tornem propriedade dos brasileiros.”

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A construção do centro deve ficar em cerca de R$ 50 milhões e estará localizado em Brasília (DF). O parque tecnológico será focado em biotecnologia e trabalhará conectado aos atuais centros de pesquisa da companhia. Serão três mil metros quadrados com laboratórios e área experimental de casas de vegetação destinada a ensaios em pequena escala, além de 15 hectares de campos irrigados de campo, para realizar as chamadas LPMAs (Liberações Planejadas no Meio Ambiente).

Para o diretor de pesquisa, desenvolvimento e inovação, Hugo Molinari, o novo complexo atuará em duas vertentes. “A primeira é o desenvolvimento de pesquisas in house (dentro de casa), com a nossa própria estrutura de laboratórios, campos e pesquisadores”, afirma. “A segunda é via Open Innovation (inovação aberta), por meio de parcerias com instituições públicas ou privadas, nacionais ou internacionais.” Entre as parcerias em andamento, destaque para a Embrapa e a universidade norte-americana Wisconsin-Madison.

Molinari ressalta, ainda, a ampliação da equipe da área de biotecnologia. “Só na biotecnologia podemos chegar a cem pessoas. Queremos pesquisadores qualificados e também recém-formados”, afirma. Três linhas estão na agenda: proteção de cultivos, tolerância a estresses abióticos (hídrico e temperatura) e eficiência no uso de nutrientes, com foco para o nitrogênio.

Como o desenvolvimento de uma linha de defensivos biodirigidos, capazes de controlar plantas daninhas, pragas e doenças que roubam a produtividade na lavoura. Nos defensivos biodirigidos a sequência do gene é desenhada de forma a atuar apenas no organismo alvo (safe by design), sendo inofensivos para o ser humano e outros seres vivos. É proteção para o usuário do defensivo biodirigido e também para o consumidor, que poderá ter a certeza de estar ingerindo alimentos sem resíduos químicos.

Outra vertente é a busca por híbridos de milho desejados pelo mercado, edição genômica de plantas e de microrganismos via CRISPR
/Cas, geração de plantas geneticamente modificadas (GM) à base de RNA interferente (RNAi), criação de eventos transgênicos proprietários com novas proteínas para controle de insetos-praga e doenças, novos inoculantes direcionados para a promoção de crescimento, eficiência no uso de nutrientes, tolerância a estresses abióticos e novas ferramentas para acelerar ainda mais o programa de melhoramento genético da empresa.

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