Veja as últimas notícias sobre o Caso Americanas

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Ueslei Marcelino/Reuters

Fachada de loja da Americanas em Brasília

A Justiça de São Paulo determinou ontem (26) a apreensão de todos os emails corporativos de executivos e membros do conselho de administração da Americanas nos últimos 10 anos.

A juíza Andrea Palma atendeu a ação do Bradesco, que é credor de uma dívida de R$ 4,7 bilhões com a varejista que está em recuperação judicial desde o início deste mês.

Além dos executivos, a Justiça também ordenou a apreensão de todos os emails dos funcionários das divisões de finanças e contabilidade.

“É de rigor o deferimento da medida de busca e apreensão parbrasa que todas as caixas de e-mail institucionais sejam devidamente copiadas (…) para que seus backups sejam armazenados (…) com o fim de preservar a prova a ser objeto da perícia investigativa que aqui se pede para a verificação dos detalhes da fraude”, diz um trecho do documento.

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A juíza ainda cita que, apesar da companhia ter supostamente adotado medidas para realizar a apuração dos fatos, como a criação de um “comitê independente”, não são improváveis os riscos de destruição ou inutilização de provas documentais como emails, ofícios e relatórios internos.

Para Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital, a decisão não traz grandes impactos para a cotação dos papéis no curto prazo. “O mercado já precificou toda a situação caótica pela qual passa a empresa”, diz. Por volta das 16h40 (horário de Brasília), as ações subiam 15,53%, a R$ 1,19.

“Alvo de especulações e rumores”

Em nota enviada ontem (26) ao mercado para esclarecer as oscilações atípicas de seus papéis, a Americanas disse estar sendo alvo de “especulações e rumores” desde a divulgação do rombo contábil e do pedido de recuperação judicial. Segundo a varejista, ela não possui “nenhum controle” sobre as variações do mercado.

“Dito isso, a companhia não identificou um fato relevante específico que tenha motivado a oscilação na cotação de suas ações, além daqueles já informados ao mercado pela Americanas nos últimos dias”, diz a empresa em fato relevante.

Vale lembrar que os papéis da varejista foram excluídos de todos os índices da B3 no último dia 19. Segundo Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, a exclusão faz com que a varejista fique em uma posição mais escondida.

“A longo prazo isso é ruim porque tira fluxo do papel, só podendo se recuperar novamente com o fluxo comprador”, explica o especialista. “Fora que a situação atual durará vários anos. Ainda teremos muitos movimentos especulativos fazendo preço nas cotações”, acrescenta.

Dívida milionária a marcas de chocolate

A dívida da Americanas vai além dos bancos. Conhecida por suas promoções de chocolates, a varejista também deve mais de R$ 400 milhões a grandes marcas de doces.

À Nestlé, a Americanas deve R$ 259,370 milhões
Mondelez – R$ 97,861 milhões
Bauducco – R$ 95,5 milhões
Hershey’s – R$ 16,7 milhões
Neugebauer – R$ 15 milhões
Ferrero – R$ 14 milhões
Lindt – R$ 3 milhões

Impacto no FII Max Retail

Em fato relevante, o fundo Max Retail (MAXR11) comunicou que não recebeu da Americanas, que é locatária da carteira, o valor do aluguel de dezembro (com vencimento em janeiro) no valor de R$ 514.179,37 — o que representa R$ 0,46/por cota.

Agora, o caso está sendo tratado como crédito concursal e sujeito aos efeitos da Recuperação Judicial.

Patrimônio do trio bilionário

O Sindicato dos Comerciários do Rio pede o bloqueio de R$ 1,53 bilhão na conta pessoal dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, a fim de proteger os recebimentos de direitos dos trabalhadores da varejista. A ação corre na 8ª Vara do Trabalho de Brasília.

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