A agressão passiva normalmente ocorre quando acreditamos que alguém se aproveitou de nós. Abrange muitas emoções diferentes, como raiva, frustração e mágoa.
Por acreditarmos (em algo real ou imaginado) que não podemos ser honestos e dizer o que sentimos no calor do momento, muitas vezes optamos por nos comportar de modo passivo-agressivo para esconder o que realmente sentimos.
Fechar a comunicação em situações como essas pode levar a uma hostilidade total. Também pode causar uma ruptura de longo prazo em nossos relacionamentos íntimos.
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Como muitos padrões comportamentais desadaptativos, geralmente é mais fácil identificar a agressividade passiva nos outros do que em si mesmo. Se você suspeitar que seu comportamento pode estar beirando a agressividade passiva, faça a si mesmo as seguintes perguntas:
Você evita as pessoas com quem está chateado?
Você para de falar com as pessoas enquanto as mantém em sua vida quando está com raiva delas, como forma de punir os outros?
Você usa sarcasmo mais do que linguagem direta para evitar se envolver em conversas significativas?
Se você acha que utiliza a agressividade passiva em seus relacionamentos de forma prejudicial (e, não se preocupe, todos nós fazemos isso de vez em quando), aqui estão algumas maneiras de corrigir isso.
1. Concentre-se no aqui e agora em vez de usar palavras generalizantes
Tente não usar palavras como “sempre” e “nunca”. Em vez disso, concentre-se no momento presente.
Quando sentimos raiva, tendemos a operar de maneira binária, preto e branco. Como resultado, corremos para julgar ou generalizar demais as ações de outras pessoas, dizendo coisas como: “Você sempre ignora meus sentimentos” ou “Você nunca assume a responsabilidade”.
Nessas situações, reserve alguns momentos para se acalmar, respirando fundo algumas vezes e reformulando suas declarações.
Um estudo publicado no Journal of Marital and Family Therapy descobriu que a atenção plena (ou mindfulness) contribui para uma maior satisfação no relacionamento íntimo, promovendo repertórios emocionais mais hábeis.
Por exemplo, em vez de atacar as pessoas, você pode dizer: “Eu estava tentando dizer algo e você me interrompeu. Posso terminar o que preciso dizer?”
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2. Tome medidas para prevenir a agressividade passiva. Reconheça e gerencie seus gatilhos.
Tome medidas preventivas sempre que possível. Se você vai interagir com alguém que tem potencial para inflamar uma conversa normal, você pode avisá-lo com antecedência.
Por exemplo, se você tem um amigo que faz barulho e isso o incomoda, você pode dizer: “Ei, estamos indo para o hospital, lembre-se de manter o silêncio”.
A raiva não pode ser totalmente eliminada. No entanto, ao optar por alterar como essas ocorrências afetam você e como você reage a elas, você pode evitar o impulso de recorrer a um comportamento passivo-agressivo.
3. Não deduza. Comunique-se honestamente sobre o que funciona para você.
É essencial que você entenda suas emoções e descubra maneiras apropriadas de comunicá-las se quiser acabar com o comportamento passivo-agressivo.
Seja sincero sobre o que funciona para você. Falar sobre seus sentimentos o ajudará a encontrar clareza e fornecerá o espaço necessário para resolver o atrito. Processar situações interpessoais difíceis com um terapeuta ou conselheiro pode ajudá-lo a obter clareza mais rapidamente.
Embora o conflito seja um aspecto inevitável da vida, entender como se expressar com sucesso durante o conflito pode levar a resultados mais favoráveis.
Considere falar com seu agressor usando declarações “eu” em vez de declarações “você”, o que faz parecer que você está ignorando suas responsabilidades.
Use frases como: “Não gosto quando você faz piadas em situações sérias. Eu entendo que pode ter parecido engraçado para você, mas você poderia esperar que a tensão passe antes de fazer essas piadas no futuro? Isso me deixa desconfortável”.
Conclusão sobre controlar o comportamento passivo-agressivo
Por mais estranho que pareça, a agressividade passiva geralmente vem de um bom lugar. Você está tentando não intensificar uma situação que o incomodou. Infelizmente, não podemos disfarçar nossas verdadeiras emoções para sempre e elas acabarão encontrando uma maneira de vazar. Portanto, é melhor ser direto e honesto numa situação de conflito.
É o caminho mais rápido para uma resolução mutuamente benéfica.
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Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.
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