Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas de referência da Americanas, se manifestaram hoje (22) sobre o escândalo contábil de R$ 20 bilhões da varejista. Em nota pública, os empresários, donos da 3G Capital, afirmam que jamais tiveram conhecimento sobre “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia”.
Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.
Os acionistas dizem na nota que a empresa sempre foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada, e mencionam que contavam com a consultaria da PwC “uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo”, ressaltando que jamais houve suspeita de irregularidade. Na sequência, escrevem que “acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto” e que o “comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos”.
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A nota termina com a afirmação de compromisso e da colaboração do trio para esclarecer os fatos e do seu empenho em recuperar a empresa. Além disso, eles afirmam lamentar profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores.
O caso se tornou público no último dia 11, quando o então CEO da empresa, Sergio Rial, anunciou sua saída após descoberta de “inconsistências contábeis”. Na última quinta-feira (19), a empresa entrou com pedido de recuperação judicial que foi aceito no mesmo dia.
Veja a íntegra da nota:
NOTA PÚBLICA
No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de “fato relevante”, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa.
Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:
1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.
2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.
3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.
4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.
5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.
6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.
7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.
8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.
Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira
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