Nesta sexta-feira (20), o Ibovespa encerrou em uma leve queda de 0,78% a 112,2 mil pontos. Porém, esse número aparentemente tranquilo esconde um movimento importante: o nascimento da mais nova “ação de centavos”, ou “penny stock”, do pregão: Americanas ON (AMER3). O papel encerrou com queda de 34% a R$ 0,66. 

No encerramento do pregão do dia 11 de janeiro, último antes da divulgação do fato relevante em que comunicou inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões, as ações da empresa valiam R$ 12. A reação do mercado foi tão adversa que ontem (19) a companhia pediu (e obteve) sua recuperação judicial na 4ª Vara de Direito Economico do Rio de Janeiro. Assim, a empresa fundada há 94 anos (e listada em bolsas há mais de 80) renunciou a qualquer ambição nos pregões. Como ocorre com qualquer companhia em recuperação, suas ações foram excluídas de todos os índices. Isso desobrigou os gestores de fundos passivos e de Exchange Traded Funds (ETFs) a manter AMER3 em suas carteiras. Com isso, as cotações desabaram.

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Em um dia em que quase todos os setores da economia apresentaram um desempenho negativo, somente as ações de empresas de commodities subiram. O destaque foi o minério de ferro, devido ao cenário otimista das exportações. Segundo Lucas Almeida, sócio da AVG Capital, o setor bancário puxou o Ibovespa para baixo. No entanto, ele disse considerar que houve motivos técnicos para a queda. “Depois de três dias seguidos de alta é normal um leve respiro”, diz ele. “Hoje também houve vencimento de opções, e nesses dias o mercado tende a ser volátil.”

O Ibovespa fechou a -0,78% a 112.040,64, totalizando um volume financeiro de R$ 31,3 bilhões. 

Sobre as Americanas, Almeida acrescenta: “Hoje foi o último dia das Americanas negociada no Ibovespa e nos demais índices da B3. O papel foi excluído de 14 índices, e os fundos nacionais e internacionais que replicam o Ibovespa terão que zerar suas posições na Americanas, pressionando ainda mais o papel para baixo.”

Nos Estados Unidos, Wall Street abriu no azul após a Netflix começar a temporada de balanços do setor com um tom positivo, graças a um salto de 7,7 milhões em sua base de assinantes e à saída do CEO. O otimismo se estendeu durante o dia e NY fechou em alta graças às ações de techs. Porém, as preocupações com o risco de uma recessão econômica continuam minando a confiança de investidores. 

Na Europa, a sessão é positiva, mas a semana registra perdas. Investidores seguem receosos com a temporada de balanços corporativos e das próximas decisões de bancos centrais.  A expectativa é de que o Federal Reserve aumente a taxa de juros em 0,25 ponto percentual em sua reunião de política monetária em fevereiro, enquanto o BCE deve subir 0,50 ponto percentual.

Na Ásia, o otimismo na economia devido ao afrouxamento nas políticas de Covid-0 na China fez as bolsas de valores encerrarem o pregão em alta. Semana que vem, os mercados não abrirão devido ao feriado do Ano-novo chinês. 

(Com Reuters)

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