O primeiro pregão desta semana recuou 1,67%, com a Americanas voltando a despencar após conseguir proteção contra credores, tendo como plano de fundo um ambiente menos favorável a ativos de risco, e com o mercado reagindo também às declarações relativas ao aumento do salário mínimo para R$ 1.320.
O Ibovespa fechou em 1,67%, a 109.061,02 pontos nesta segunda-feira (16). O volume financeiro somava 18 bilhões de reais, afetado pela ausência de negócios nos Estados Unidos. Lá não houve pregão devido ao feriado dedicado à Martin Luther King, o que diminuiu a liquidez dos mercados ao redor do mundo.
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Na Europa, o rali de ano novo continua, tendo levado as ações a se aproximarem de um possível pico em nove meses. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,46%, a 454,63 pontos, seu maior nível desde abril de 2022. As ações europeias seguem avançando estimuladas por esperanças de uma recuperação na economia chinesa e uma possível redução da inflação nos Estados Unidos e na Europa.
Em relação à Americanas, Gabriel Meira, sócio e especialista da Valor Investimentos, afirma: “O mercado está bem receoso devido a um efeito sistêmico. Existem diversos fundos de crédito que possuem esse ativo. Vale a pena lembrar que a Americanas corresponde a quase 2% do crédito de bancos (…) o mercado ficou preocupado com a queda das americanas gerar um efeito cascata, principalmente nos bancos”.
Hoje, as ações da Americanas tiveram mínimas históricas, enquanto agentes financeiros continuam avaliando os potenciais reflexos dos problemas contábeis anunciados semana passada, com a empresa conseguindo decisão judicial para se proteger de credores e anunciando a contratação da Rothschild para negociar a dívida.
A AMERICANAS ON caía −38.41% enquanto agentes financeiros avaliavam os desdobramentos das inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões, com a empresa conseguindo liminar de proteção contra credores na última sexta-feira (13).
Além disso, hoje o dólar apresentou uma alta depois das declarações de Lula acerca do reajuste do salário mínimo, que passará a ser R$ 1.320, um pouco a mais do valor previsto pelo orçamento. O Ministério da Fazenda é contrário à proposta, e o valor final e a data de início de vigência ainda não foram definidos.
Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, afirma: “O mercado estava com uma expectativa de que o valor fosse mantido em R$ 1.300, conforme alguns membros do alto escalão já haviam anunciado , mas hoje essa notícia mudou um pouco, e isso parece ter estressado o mercado (…) o que tem contribuído para uma maior pressão no dólar, principalmente neste final de tarde”.
(Com Reuters)
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