Sergio Rial admite problemas com transparência na Americanas

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Sergio Rial, ex-presidente da Americanas

No início de sua apresentação aos analistas e investidores da Americanas (AMER3), o executivo Sergio Rial, que ontem (11) renunciou à presidência da rede varejista, admitiu que havia problemas com a transparência na empresa. “Em algumas organizações, especialmente as que precisam de ajustes, a disposição da administração em falar de problemas por vezes é menor do que deveria ser”, disse ele.

Rial participou de uma teleconferência com analistas e investidores da rede varejista. Na noite de ontem (11), a Americanas surpreendeu negativamente o mercado ao anunciar “inconsistência contábeis” no total de R$ 20 bilhões. A notícia foi acompanhada da renúncia de Rial e do Diretor de Relações com Investidores, André Covre, que tinham assumido seus cargos no dia 2 de janeiro, focados em uma transformação da centenária companhia.

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Leilão de ações na B3

Na abertura dos negócios, às 10:05 de hoje, as ações da Americanas estavam em leilão, na B3. Leilões ocorrem quando há uma quantidade elevada de ordens de compra ou de venda, para suavizar a oscilação nos preços. Ontem (11), as ações fecharam a R$ 12,00, alta de 0,76%. Os preços não foram afetados pois o comunicado foi divulgado após o fechamento do mercado. A projeção unânime é de uma forte queda nas cotações.

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O ex-CEO foi indicado para o comando da empresa no dia 19 de agosto do ano passado, uma sexta-feira, o que provocou uma alta de 22,5% nas cotações no pregão seguinte, a segunda-feira 22 de agosto. Com uma trajetória muito bem sucedida no Santander, em que transformou a subsidiária brasileira na operação mais rentável do banco em todo o mundo, Rial foi visto como um executivo capaz de cortar custos e de acelerar a integração entre o varejo físico e o digital.

Seu anúncio para o comando da Americanas gerou expectativas de um desempenho parecido. O varejo e o sistema financeiro têm se aproximado nos últimos anos, graças à tecnologia, que permite vender produtos financeiros às enormes bases de clientes das redes varejistas. A expectativa dos investidores era de um aumento da eficiência e da multiplicação das linhas de receita da Americanas, como programas de milhagem, concessão de crédito e distribuição de produtos e serviços financeiros. Agora, esses planos terão de ser adiados.

De acordo com o levantamento do TradeMap, o volume do rombo de R$ 20 bilhões previsto no balanço da Americanas é equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza (MGLU3) que ontem valia R$ 20,20 bilhões ou da Lojas Renner (LREN3) que valia R$ 20,22 bilhões.

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