Gabrielle Rein é cofundadora da Viceroy Creative, uma agência de criatividade que traz moda de luxo, experiências gastronômicas e arte para o âmbito da viagem espacial. Do seu trabalho com voos espaciais comerciais por oito anos, Gabrielle tem criado experiências no espaço com as marcas Loro Piana, OMEGA, Jose Andres, entre outras, para atender ao consumidor que gosta do espaço.
Com o crescimento do turismo espacial e filmes sendo filmados no espaço, como Tom Cruise treinando nos designs de Gabrielle, o público está se envolvendo com o espaço pela primeira vez em muitos anos. E, junto da cultura, chegam os criadores, como Kellie Gerardi, uma astronauta que está compartilhando sua jornada ao espaço no TikTok e no Instagram.
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A Forbes conversou com Gabrielle e Kellie.
Forbes: Gabrielle, por que o espaço é mais emocionante no momento atual?
Gabrielle Rein: Há um renascimento do espaço agora. Isso tem acontecido com o lançamento de astronautas pela SpaceX e a volta à lua após 50 anos com o programa Artemis. Empresas comerciais estão levando civis ao espaço e capturando tudo isso nas mídias e com tecnologias inovadoras. Todos podem ser fãs e interagir com o espaço de maneiras que eles não conseguiam antes. O espaço está se tornando mais acessível do que nunca e isso é muito animador.
F: Como as marcas estão embarcando nessa tendência?
GB: Marcas, artistas e designers sempre foram inspirados pelo espaço e, agora, isso tem se tornado uma oportunidade concreta. Marcas podem fazer parcerias com companhias espaciais para contribuir com missões ao espaço! Elas podem fazer o design de ambientes, tecnologias, roupas e itens usados nessas viagens. O que as marcas de inovação adicionam ao espaço é um elemento muito humano, o que também favorece a experiência dos astronautas a bordo.
Marcas conseguem conduzir pesquisas e fazer novos produtos no espaço. O ambiente de microgravidade leva ao desenvolvimento de produtos que não necessariamente seriam criados na Terra.
F: O que as marcas de luxo estão fazendo no espaço?
GB: Elas estão fazendo as coisas que marcas de luxo fazem! Estão fazendo coisas como desenvolver o primeiro champagne a ser aberto no espaço e criando roupas para os astronautas. Loro Piana foi além das fronteiras do espaço e conseguiu testar suas fibras puras no ambiente excepcional da microgravidade, permitindo a ela criar roupas de alta performance e conforto.
F: Como essa indústria tem mudado nos últimos anos?
GB: A comercialização do espaço da órbita terrestre baixa tem democratizado o espaço e criado uma nova indústria para empresas comerciais assumirem operações espaciais tradicionalmente lideradas por governos. A indústria espacial está crescendo rapidamente e provando seu sucesso ao alcançar marcos e unir a humanidade na adoração e curiosidade pela exploração do espaço sideral. Esse é só o começo de uma nova era! Isso continuará a ser normalizado e mais marcas e companhias irão se juntar com pessoas comuns para fazer coisas incríveis.
Kelly Gerardi, uma astronauta que está compartilhando sua jornada ao espaço no TikTok e no Instagram, por exemplo, está na posição ideal para fazer isso.
Veja a conversa da Forbes com Kellie, cuja estratégia de criação é criar conteúdo que é tanto educativo como entretenimento.
Forbes: Kellie, como você começou a sua carreira como astronauta e como você está compartilhando sua jornada nas redes sociais?
Kellie Gerardi: Eu vejo o espaço como o passado compartilhado por toda a humanidade e um futuro que será compartilhado por todos nós. Tornei minha missão dar acesso ao espaço para as próximas gerações. Estou, atualmente, me preparando para voar ao espaço em uma missão com a Virgin Galactic, durante a qual vou conduzir e monitorar um experimento de biomonitoração e de fluidos. Não sou tradicionalmente uma influencer, mas sempre gostei de compartilhar minha jornada nas redes sociais. O sentimento mais recompensador é quando alguém me manda mensagem para me contar como eles se inspiraram para seguir uma carreira na indústria espacial após perceberem que isso era possível para eles também.
F: Como as marcas te abordam? Quais são os objetivos delas em ter você como uma estrela de seus comerciais?
KG: Estamos em um momento de marcas guiadas por propósitos. Tenho tido muita sorte de conseguir parcerias com organizações que acreditam no que eu estou fazendo, cujos objetivos se alinham com os meus e que me proporcionam uma plataforma para compartilhar minha história de forma autêntica e minha missão com um público mais amplo.
F: Você acredita que mais companhias vão abordar criadores e pessoas nesse ramo para promover viagens comerciais ao espaço? Você acha que elas irão chamar aqueles já famosos ou criar um novo nicho?
KG: A exploração precisa tanto de patrocinadores quanto de pioneiros, então eu certamente penso que há valor em angariar pessoas famosas – como celebridades e influencers – para dar atenção ao progresso e ao potencial da indústria comercial do espaço. Por outro lado, acho que uma das narrativas mais poderosas nesse ramo é a indústria espacial falar por si mesma. Ela é uma indústria que está democratizando o acesso ao espaço para as próximas gerações. Acho que uma das razões pela qual minha trajetória em se tornar uma astronauta traz tanta identificação às pessoas é o fato de que eu sou uma pessoa normal, uma mãe, que está embarcando em uma jornada extraordinária.
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F: O espaço está expandindo (literalmente). Como as marcas de luxo estão se envolvendo nisso? Como você vê o futuro de viagens espaciais e comerciais promovendo marcas no espaço?
KG: O espaço é incrivelmente aspiracional, então faz sentido que certas marcas de luxo sintam um alinhamento forte com ele em uma perspectiva de marketing. Mas, é o elemento humano que torna o espaço num material tão atraente – as temáticas de descobertas, ingenuidade e espírito pioneiro. Há humanos reais liderando nesses âmbitos.
Com a indústria espacial formando uma nova geração de astronautas, seremos beneficiados por uma grande diversidade de histórias individuais e de pessoas vindas de países que nunca fizeram isso. Enquanto expandimos a esfera econômica da Terra, devemos esperar ver as típicas marcas de um ecossistema em crescimento. Tenho certeza de que o mercado de influenciadores vai participar disso, mas as histórias de não influenciadores vai ser igualmente – e talvez mais ainda – atraente.
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