Depois de duas quedas que somaram 5% de perdas, o Ibovespa fechou em alta hoje (4), com avanço de 1,12%, a 105.334,46 pontos. O índice de ações ganhou fôlego com o impulso da Petrobras depois de o novo governo sinalizar que não pretende intervir nos preços dos combustíveis.
O movimento da Petrobras é contrário à cotação do petróleo no mercado internacional, que teve mais um dia de forte queda em meio aos temores sobre a demanda pela commodity nos próximos meses.
Em Wall Street, hoje foi dia de divulgação da Ata do Fomc, com detalhes sobre a condução da política monetária pelo Federal Reserve. O banco central afirmou que irá se manter flexível em relação aos próximos aumentos dos juros, mas advertiu que não há previsão para o início do recuo das taxas.
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O Ibovespa teve um dia de forte volatilidade, chegando aos 105.627,28 pontos na máxima e aos 103.915,11 pontos na mínima. A melhora do índice aconteceu em linha com a recuperação das ações da Petrobras, que negociavam em queda pela manhã.
Os papéis da estatal reverteram a queda após o indicado pelo novo governo para o comandar a petroleira, o senador Jean Paul Prates, afirmar que não haverá intervenção nos preços dos combustíveis.
Prates afirmou a jornalistas que não haverá desvinculação dos preços praticados no mercado internacional, tampouco interferência direta nos preços de combustíveis. Ele acrescentou que a ideia é desvincular preço de paridade de importação (PPI), conforme sinalizado anteriormente pelo executivo.
“A afirmação de Prates de que os preços serão de mercado com influência da oscilação internacional ao invés de um preço ‘abrasileirado’ como sugerido anteriormente deu grande alívio às ações da Petrobras”, afirmou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.
“Não é exatamente uma novidade, mas hoje o mercado acreditou mais”, acrescentou, destacando que o movimento ocorre mesmo em meio ao declínio acentuado dos preços do petróleo no exterior, com a cotação do barril Brent fechando em queda de 5,19%, aos US$ 77,84.
As ações ON (PETR3) da Petrobras tiveram alta de 1,67%, enquanto os papéis PN (PETR4) subiram 3,18%. Outras ações que tiveram destaque de alta no Ibovespa hoje foram Natura (NTCO3), +8,89%, CVC (CVCB3), +6,78%, e Pão de Açúcar (PCAR3), +4,89%.
Analistas indicam que também deu suporte à recuperação dos ativos brasileiros nesta quarta-feira a declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que não há nenhuma proposta sendo pensada neste momento para revisão de reformas, incluindo a previdenciária.
Em Wall Street, a divulgação da Ata do Fomc com um tom mais duro fez as bolsas oscilarem entre perdas e ganhos. O Federal Reserve enfatizou a preocupação de retroceder no aumento dos juros e a inflação voltar a aumentar.
Para Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos, a principal mensagem do documento é de que o Fed não irá afrouxar as taxas tão cedo. “A única coisa positiva que eles falaram é que vão, a cada reunião, manter uma flexibilidade para decidir o quanto vai subir de juros”, afirma Cohen.
No início do dia, a Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Trabalho, ou JOLTS, mostrou a criação de 10,5 milhões de vagas em novembro, acima do previsto, apontando para a continuação do ímpeto do mercado de trabalho e reforçando a intenção do Federal Reserve de apertar os juros.
O Dow Jones com alta de 0,40%, a 33.269,57 pontos, o S&P 500 subiu 0,75%, a 3.852,79 pontos, enquanto o Nasdaq ganhou 0,69%, a 10.458,76 pontos. O dólar comercial fechou estável (+0,01%), avaliado em R$ 5,4524.
(Com Reuters)
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