Wilma Soss: a mulher que mudou Wall Street para sempre

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All Seasons Press

Na época de Wilma Soss, mais mulheres do que homens eram proprietárias de ações em várias das companhias mais importantes do mercado

O novo normal é as mulheres gerando importantes mudanças em Wall Street.

Mas, décadas antes de Cathie Wood balançar o setor com a sua empresa de gestão de investimentos focada em tecnologia ARK Innovation ETF, havia Wilma Soss.

E como ela fez a diferença!

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O livro recém publicado “Fearless: Wilma Soss and America’s Forgotten Investor Movement” (“Sem medo: Wilma Soss e o esquecido movimento de investimentos”, em tradução livre), de Janice M. Traflet e Robert E. Wright, mostra como ela foi revolucionária.

Soss foi corajosa de maneiras que homens não foram.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o término de uma economia focada na guerra – produzindo tanques e aviões, por exemplo –, os empreendimentos fizeram demissões em massa, muitas delas de mulheres. Enquanto algumas ficaram felizes de deixar seus empregos, muitas não diriam o mesmo.

Quantas delas? 75% delas não queriam deixar seus cargos, segundo os autores da obra. Aquelas que trabalhavam para a Bolsa de Valores de Nova York estavam prontas para serem promovidas, mas os homens conseguiram suas posições de volta ao retornarem da guerra. Isso resultou nelas se demitindo ao invés de ocuparem cargos entediantes.

Quando Soss viu isso acontecendo não só em Wall Street mas também ao redor dos Estados Unidos, ela decidiu falar sobre o assunto. Escrevendo à Forbes, ela corretamente afirmou que mais mulheres do que homens eram proprietárias de ações em várias das companhias mais importantes do mercado e, por isso, essas empresas deveriam dar a devida relevância às mulheres como investidoras, funcionárias e clientes. Esses três papéis femininos eram necessários, ela dizia.

Apesar das suas informações estarem corretas, a propriedade de ações por indivíduos era insignificante na época. Não chegava a 4,5% a porcentagem de ações de pessoas físicas, de acordo com o grupo norte-americano de pesquisa Brookings.

Essas descobertas do Brookings também significavam que o capitalismo norte-americano não era democrático. Ou seja, não representava a população em geral.

Foi a partir disso que Soss começou a mudar as coisas, demandando que os acionistas individuais das companhias conseguissem acesso às reuniões de acionistas. Isso é algo que podemos assumir como óbvio nos dias de hoje, mas foi uma luta de Soss que fez a diferença.

O quanto ela incomodou o status quo? Mais do que você provavelmente imaginaria, como os autores mostram em alguns trechos do livro.

‘”Você não é um enviado de Deus. Você é um trabalhador e está concorrendo à eleição em um período crítico”, disse Soss ao então CEO da GE Ralph Cordiner, quando ele tentou se esquivar das perguntas dela em 1961 em Syracuse, no estado norte-americano de Nova York.”

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Sua determinação era incansável: 

“‘Quando acionistas pagam mais de US$ 100 milhões a um executivo, queremos cérebros, e não músculos”, afirmou Soss quando um conselheiro de uma importante corporação disse que daria um soco no nariz da ativista se ela fosse um homem.

Sim, este livro vale a leitura, apesar de ainda não estar disponível na língua portuguesa. A obra não só tem antigas lembranças de Soss, mas também mostra o que pode ser realizado com força suficiente. Às vezes, ser educada não faz as coisas acontecerem. Como mostrou Soss, para as coisas se concretizarem, as normas sociais precisam ser deixadas de lado.

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