10 acontecimentos do agro que mostram a pujança do setor em 2022

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Produtores do Brasil fazem safras históricas e batem recordes em 2022

O agro, que tem representado acima de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) do país na última década, foi, e continuará sendo, um setor fundamental para a economia do país. Embora haja desafios, como ocorreu no pós pandemia de Covid19, com a desorganização das cadeias de suprimentos e com o custo de produção em alta, uma camada cada vez mais consistente de produtores consegue organizar a gestão de suas propriedades em busca de um menor impacto na estrutura de seus negócios.

Em 2022 o setor do agro apresenta números recordes e fatos para serem lembrados pela sua capacidade e resiliência. As cadeias produtivas do agro, que envolvem também o que ocorre antes da porteira – com a produção de insumos e máquinas – e o depois da porteira – com comércio e agroindústria, além da ciência e da pesquisa, são motores que não param.

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Há vários outros, mas a Forbes escolheu 10 dados do setor em 2022, na produção, exportação, tecnologias e pesquisas que dão uma amostra da potência do setor no país:

1 – Exportações valem US$ 150 bilhões

Os dados de exportações já mostram um recorde histórico em valores, faltando apenas computar o mês de dezembro na conta final de 2022. Até agora, as vendas ao exterior renderam US$ 148,3 bilhões, ante US$ 120,5 bilhões em 2021. Com as vendas de dezembro também robustas – em 2021 foram US$ 9,8 bi –, o Brasil vai fechar o ano, pela primeira vez na sua história, com um valor acima de US$ 150 bilhões. Com um detalhe: as importações de produtos do agro seguem no mesmo patamar de US$ 15 bilhões, como tem ocorrido nos últimos anos, mostrando um fantástico superávit.

2 – 10 vezes US$ 10 bilhões por mês

A primeira vez que o setor do agro exportou acima de US$ 10 bilhões em um único mês ocorreu em março de 2012. Nos anos seguintes, furar essa barreira foi algo esporádico, mas crescente. Até que em 2021 aconteceu um recorde: em sete meses, de março a setembro, o país exportou acima dessa cifra, recorde quebrado em 2022. Neste ano, foram 10 meses com exportações acima de US$ 10 bilhões (que pode chegar a 11 meses, com o fechamento das vendas de dezembro). Por ora, o recorde do ano ocorreu no mês de junho, com exportações no valor total de US$ 15,6 bilhões, de acordo com dados do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

3 – Trigo na agenda

Nos últimos cinco anos, a produção brasileira do cereal cresceu 76%. Os resultados de 2022 mostram a maior safra de trigo da história do Brasil, chegando aos 9,5 milhões de toneladas de grãos. O país é o 8º maior importador global, mas esta posição pode mudar nos próximos anos, com aumento da produção para consumo interno e também para exportação.

A estimativa da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) é de que as vendas ao exterior cheguem ao recorde de 3,17 milhões de toneladas embarcadas neste ano. O trigo é o segundo cereal mais consumido pela humanidade, representando cerca de 30% da produção mundial de grãos.

4 – Exportação de frango

Sem contar dezembro, o Brasil já exportou 4,4 milhões de toneladas de carne de frango por US$ 8,977 bilhões, de acordo com dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Embora a China tenha comprado um pouco menos, na comparação com 2021, o país asiático segue como o principal cliente. Neste ano, entre janeiro e novembro, o agro embarcou para lá 494 mil toneladas. Em seguida vêm os Emirados Árabe, com 410 mil toneladas, e Japão com 384 mil toneladas.

5 – Carne bovina para o mundo

A previsão da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) é de que o Brasil feche o ano de 2022 com produção de 9,8 milhões de toneladas de carne bovina. Caso os dados se confirmem, é fato que o Brasil já produziu um pouco mais, mas nas exportações os embarques já são recorde para o setor. Na segunda (26), o “Exportômetro da Carne Bovina Brasileira”, que mostra no site da Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne) os embarques em tempo real apontava 2,235 mil toneladas, por US$ 13,1 bilhões.

6 – Milho com recorde

O milho demorou, mas entrou definitivamente na agenda exportadora do agro do Brasil. O país deve terminar 2022 com 42,6 milhões de toneladas de milho embarcadas, um crescimento superior a 100% na comparação com o volume de 20,6 milhões de toneladas de 2021.

É o que diz a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais). Os dados do ano incluem a estimativa dos embarques de dezembro, que devem ficar acima de 5 milhões de toneladas, com base na programação de navios e embarques já realizados. As exportações estão sendo beneficiadas pela recente autorização dos chineses ao cereal brasileiro, antes mais atendidos pela Ucrânia e União Europeia.

7 – Agtechs em alta

O Brasil está fechando o ano de 2022 com 1.703 agtechs em atividade, 8% acima de 2021,de acordo com mapeamento “Radar Agtech Brasil”, uma parceria da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), com consultorias SP Ventures e Homo Ludens. Um levantamento inédito por gênero mostra que 520 agtechs (30%) estão sob o comando de mulheres. Por agrupamentos, os dois destaques são crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária, com 61 agtechs, e fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal com 53 agtechs.

8 – Pasto protegido

​​A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) enviou, pela primeira vez, sementes de pastagem para serem armazenadas no Banco de Svalbard, na Noruega. O material brasileiro saiu do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), e da Embrapa Cerrados, de Planaltina (DF).

Conhecido como a “Arca de Noé”, a criação do banco foi uma extensão para o mundo do Nordic Gene Bank, que desde 1984 já armazenava em uma mina de carvão abandonada, localizada em Svalbard. O banco oferece armazenamento seguro, gratuito e em longo prazo de amostras de sementes, funcionando como um cofre. O Brasil tem 154 milhões de hectares de pastagens, uma das maiores áreas do mundo, e um rebanho próximo de 200 milhões de bovinos.

9 – IG dos vinhos tropicais

Um fato histórico do agro ocorreu à vitivinicultura do país. O INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) reconheceu a primeira IP (Indicação de Procedência) de vinhos tropicais, a primeira do mundo, baseada em requisitos equivalentes aos da União Europeia. A indicação foi concedida ao Vale do São Francisco, uma demanda do Vinhovasf (Instituto do Vinho do Vale do São Francisco), instituição privada, sem fins lucrativos, que congrega os viticultores e vinícolas da região produtora de vinhos.

Estão dentro da região demarcada pela indicação para os vinhos fino e nobre, espumante natural e vinho moscatel espumante, estabelecimentos localizados no Vale do Submédio São Francisco, nos municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, além de Casa Nova e Curaçá, na Bahia.

10 – Campo cada vez mais jovem

Ao contrário de outros países, em que a população rural é cada vez mais velha, o Brasil faz o caminho inverso. A geração que comanda os negócios no campo nunca foi tão jovem. É o que mostrou a 8ª Pesquisa ABMRA – Hábitos do Produtor Rural, realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural. A idade média atual é de 45,4 anos, ante a média de 46,5 anos em 2017 e de 48 anos em 2013.

Por faixas de idade, divididas em 18-25 anos, em 25-35 anos, 35-40 anos, a participação dessas gerações cresceu em relação a 2013, enquanto nas faixas acima dessas idades, para grupos de 41-50 anos, 51-60 anos e acima de 60 anos, a participação nas decisões de negócio vêm caindo. Isso não significa que os mais velhos estão fora das decisões, mas que estão compartilhando o que deve ser feito.

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