A endometriose atinge 10% da população feminina em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença provoca o crescimento do tecido ao redor do útero, causando dor crônica, inflamação e, em até 50% dos casos, a infertilidade. E por ser um quadro relacionado a um desequilíbrio hormonal, a alimentação tem papel importante no seu controle, como explica o ginecologista Patrick Bellelis.
“Evidências científicas comprovam que os alimentos ingeridos e o estilo de vida podem influenciar em uma série de aspectos, inclusive no metabolismo das prostaglandinas. Elas atuam nos processos inflamatórios do corpo, no ciclo menstrual e na atividade do estrogênio. Assim, uma dieta deficitária e o sedentarismo podem impactar na endometriose”, aponta.
Fuja desses alimentos!
Alimentos ricos em vitamina B e ômega 3 são ideais para reduzir os sintomas e as dores causadas pela doença, conforme estudos. Por outro lado, o álcool, a carne vermelha e as gorduras trans — que sempre marcam presença nas festas de fim de ano — amplificam o inchaço pélvico e a dor crônica.
Por isso, recomenda-se às mulheres com endometriose manter uma alimentação balanceada e sem glúten, com ingestão de alimentos ricos em antioxidantes e propriedades anti-inflamatórias e com efeitos positivos no metabolismo de estrogênios e hormônios.
“Sementes de girassol, nozes e linhaça, legumes como brócolis ou couve-flor, frutas como abacate, limão e mirtilos, e óleos de oliva e prímula são alguns deles. Esses alimentos estão presentes na dieta mediterrânea, que é um bom modelo a ser seguido”, recomenda a nutricionista Julia Beux.
Além de se alimentar com os alimentos corretos, também é necessário cortar — ou a menos reduzir — o consumo de alimentos que agravam o quadro de endometriose. Além das carnes vermelhas, gorduras trans e do álcool, é importante evitar também alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares refinados, laticínios e cafeína.
Outra dica é consumir alimentos ricos em fibras, pois auxiliam no funcionamento do intestino, prevenindo outros problemas que possam agravar o desconforto provocado pela doença.
Fonte: Patrick Bellelis, ginecologista e colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo; Julia Beux, nutricionista na clínica Bellelis.