Conab reduz safra de milho do Brasil por clima no RS

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Dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

A safra total de milho do Brasil 2022/23 foi estimada hoje (8) em recorde de 125,83 milhões de toneladas, mas abaixo da previsão de 126,4 milhões de toneladas divulgada em novembro, com um clima irregular no Rio Grande do Sul afetando as produtividades da colheita de verão, apontou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A estatal reduziu a estimativa de primeira safra de milho do país para 27,2 milhões de toneladas, ante 28,15 milhões de toneladas na projeção de novembro. A segunda safra, que responde pela maior parte da produção do cereal do Brasil e que só é plantada após a colheita de soja, teve a previsão mantida em 96,27 milhões de toneladas.

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“No Rio Grande do Sul, a diminuição e irregularidades de chuvas em novembro, aliadas a altas temperaturas, provocaram sintomas de déficit hídrico nas plantas”, disse a superintendente de Informações da Agropecuária, Candice Santos, em nota.

A safra de milho gaúcha está agora estimada em 5,13 milhões de toneladas, versus 5,83 milhões na previsão de novembro. O Rio Grande do Sul planta o cereal apenas para colher no verão e não faz segunda safra.

“O clima afetou principalmente as áreas que se encontram no estágio reprodutivo. Diante disso, a Conab mantém o monitoramento das lavouras para avaliar os possíveis impactos, o que pode intensificar as quedas já registradas no rendimento do milho no Estado”, acrescentou a especialista da Conab, que apontou a continuidade de condições de La Niña, pelo menos até meados de janeiro, podendo reduzir chuvas no Rio Grande do Sul.

Ainda assim, a safra de milho de Brasil deverá ter um aumento de 11,2% na comparação com a temporada anterior, com ganhos de produtividade esperados em outros Estados, uma vez que a área total deve crescer 3,5%, para 22,33 milhões de hectares.

Já a safra de soja do Brasil 2022/23 foi estimada em recorde de 153,48 milhões de toneladas, leve queda na comparação com os 153,54 milhões da previsão anterior devido a ajustes na produtividade, mas um salto de 22,2% ante a temporada passada, quando a seca afetou as lavouras ao sul do Brasil.

A terceira estimativa para a área de soja aponta crescimento de 4,6% no plantio brasileiro, para 43,4 milhões de hectares, alta de 0,4% no comparativo mensal.

A conclusão da semeadura está prevista para o final de dezembro e as condições climáticas, de maneira geral, vêm beneficiando as lavouras, disse a Conab.

“Durante o levantamento de campo, identificamos que a leve redução na produtividade sobre a estimativa do mês anterior foi compensada pelos acréscimos nas áreas, em especial no Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais”, disse o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

A safra do Rio Grande do Sul, com potencial de ser o segundo Estado produtor de soja do Brasil em 2022/23, foi estimada em cerca de 22 milhões de toneladas, ligeira alta na comparação com a previsão de novembro, mas em função de uma elevação na expectativa de plantio.

A Conab identificou um “leve atraso” na semeadura das culturas de primeira safra, disse o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. “Essa cautela dos produtores é natural…”, afirmou ele citando restrições hídricas e baixa umidade do solo na região Centro-Oeste e no Matopiba. “Ainda assim, a produção estimada para a safra 2022/23 continua recorde”, declarou.

A arroz teve área estimada em 1,5 milhão de hectares, uma redução de 9,5% em relação à safra anterior, enquanto a produção está prevista em 10,4 milhões de toneladas, queda anual de 3,8%.

Já o algodão deverá crescer cerca de 2,3% na área, totalizando 1,6 milhão de hectares, com produção prevista de 2,9 milhões de toneladas de pluma, alta de 16,6% com recuperação das produtividades.

Para o trigo, com a expectativa de aumento de 11,5% de produtividade e de 11,6% da área cultivada em relação à safra passada, o levantamento da Conab “concretiza” uma produção recorde de 9,55 milhões de toneladas de trigo para esta safra, valor 24,4% maior que o do ciclo anterior.

Exportações e processamento

A Conab apontou redução das estimativas de esmagamento de soja, passando de 51,43 milhões de toneladas na previsão anterior para 50,68 milhões de toneladas, ainda assim um recorde e com crescimento na comparação com a temporada anterior, quando somou 48,9 milhões de toneladas.

A diminuição na estimativa mensal se deve ao percentual de mistura de biodiesel ao diesel nos três primeiros meses de 2023, definido em 10% (B10). Na estimativa anterior, a estimativa era de que esse percentual seria de 12% até março (B12).

Com essa redução no processamento de grãos prevista, as estimativas dos estoques finais de soja em grãos da safra 2022/23 passam de 5,28 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas. De outro lado, a previsão de exportação teve leve alta para 96,59 milhões de toneladas, um salto na comparação com a temporada anterior, quando somou 79,2 milhões, com o maior produtor e exportador global contando com uma oferta maior.

Quanto ao milho, para a safra 2021/22 o destaque é o aumento das estimativas de exportações para 41,5 milhões de toneladas, considerando os altos volumes exportados em novembro e a boa expectativa para dezembro.

“Para a safra 2022/23 mantivemos a perspectiva de aumento do consumo interno de milho e projeção de continuidade de demanda externa aquecida…”, disse o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta, Allan Silveira, citando embarques de 45 milhões em 2022/23.

Para a safra de trigo, que foi iniciada em agosto/2022 e será encerrada em julho/2023, foram revisados tanto os números de produção quanto os de consumo interno, no que se refere ao uso para sementes, devido ao incremento de área plantada, disse a Conab. A estimativa de exportação também foi ajustada, passando de 2,7 milhões para 3 milhões de toneladas.

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