Todo mundo que começa a investir almeja obter sucesso, alcançando uma vida financeira saudável e com autonomia. Contudo, o mundo dos investimentos com seus jargões e centenas de produtos, ainda deixa muitos investidores inseguros ou confusos.
É muito normal ter dúvidas quanto ao mercado financeiro. Infelizmente esse não é um tema tratado na escola. Porém, isso não pode ser um obstáculo para que você estabeleça metas financeiras e trace uma estratégia para alcançá-las. Ao criar o hábito de investir você vai se familiarizar cada vez mais com os produtos e, gradativamente, irá aprender a identificar aqueles que estão em linha com seus objetivos.
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Existem cinco passos aos quais você deve atentar para obter saúde financeira e sucesso nos investimentos:
1. Estabeleça metas
Ter um porquê é algo muito poderoso. Seu cérebro passa a focar em tudo o que possa ser útil para atingir os objetivos. Assim, definir as metas de curto, médio e longo prazo é imprescindível para investir bem.
As diferentes classes de ativos serão úteis, mas sempre de acordo com a sua meta. Dessa forma, o investimento para comprar um imóvel dentro de cinco anos irá demandar uma estratégia totalmente diferente daquela a ser utilizada para gerar renda para a aposentadoria dentro de 20 ou 30 anos.
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Também é importante ter suas metas claras para, por exemplo, projetar a inflação e adequar o real valor necessário para atingir seus objetivos de investimento. Atualizar esse cálculo periodicamente é fundamental para assegurar que, ao findar o prazo definido, o valor obtido não esteja aquém da meta.
2. Entenda no que está investindo
Compreender o racional dos ativos que você escolhe para sua carteira irá encurtar o caminho até os resultados desejados.
As ações, por exemplo, são excelentes para multiplicar patrimônio no longo prazo, mas sua volatilidade as torna inviáveis para aquele projeto que você deseja ou precisa realizar em um ou dois anos.
Para uma meta curta, investir em títulos do Tesouro ou em CDBs irá lhe garantir essa estabilidade, embora com rendimentos menores em comparação com outras classes de ativos. Mas vale lembrar que a comparação de rentabilidades deve sempre considerar ativos de uma mesma classe e com o mesmo prazo de vencimento. Do contrário, não fará sentido.
3. Diversificação da carteira
Diversificar investimentos irá possibilitar que você se beneficie das diferentes características de risco e retorno dos ativos, adequando seu portfólio às suas necessidades quanto ao prazo e rentabilidade estimada para cada ativo.
Além disso, evitar a concentração de patrimônio em classes específicas de investimento irá diminuir sua exposição à volatilidade comum ao mercado financeiro.
Lembre-se: diversificação é diferente de pulverização. Ter inúmeros investimentos dentro de uma mesma classe não irá proteger adequadamente sua carteira. É importante que, ao montar sua alocação, você leve em conta:
Tipos de ativos: tanto em renda fixa quanto em renda variável, você conta com uma infinidade de opções: CDBs, títulos públicos, LCI, LCA, CRI, CRA, debêntures, ações, fundos imobiliários etc. Há também a alternativa de investir em variados tipos de fundos, como os multimercados, de ações, cambiais, previdenciários, entre outros.
Leve sempre em conta o equilíbrio entre os ativos de maior retorno e maior risco, com outros de baixo risco e, consequentemente, retornos menores. A economia é cíclica e manter uma alocação que privilegie este equilíbrio irá propiciar bons ganhos no longo prazo.
Setores da economia: Como eu disse acima, a economia é cíclica e, dessa forma, alguns setores se beneficiam quando a atividade econômica está aquecida, enquanto outros têm melhor performance em momentos de desaceleração.
Saber o momento exato dos pontos de virada é algo muito difícil, principalmente para o investidor pessoa física, que não é especialista e, portanto, não vive o mercado o tempo todo. Ter diversificação de segmentos, privilegiando especialmente aqueles setores mais perenes, é muito mais eficaz para proteção de patrimônio.
Obviamente isso não impede que você tenha uma reserva de oportunidade com liquidez para aproveitar algumas altas específicas de determinado ciclo, mas isso deve ser feito com cautela e apenas com uma pequena parte do patrimônio.
Diversificação geográfica: é interessante estudar investimentos em outros mercados e, conforme for adquirindo familiaridade, expor uma parcela de seu patrimônio a outras moedas, como dólar e euro. Com isso, é possível diminuir o impacto de eventos que sejam específicos de um único país e que possam comprometer a rentabilidade dos seus investimentos.
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4. Conheça bem as taxas e tributações
Ter atenção ao custo x benefício de cada investimento é importante para evitar que seus retornos de longo prazo sejam comprometidos. Obviamente, selecionar ativos apenas com base nas taxas menores não é garantia de êxito, mas adquirir, por exemplo, um fundo de investimento com altas taxas também não garante que o gestor entregará resultados elevados e, mesmo que entregue, há que se avaliar quanto desse retorno estará comprometido com essas taxas quando em comparação a investimentos com características e retornos equivalentes.
O mundo ideal teria taxas mínimas e retornos máximos, mas obviamente isso não é algo simples de se conseguir, portanto, encontrar o equilíbrio entre suas necessidades em termos de alocação e as taxas envolvidas é fundamental.
Os impostos são inevitáveis e também podem impactar os resultados de seus investimentos. Sendo assim, procure saber como cada tipo de investimento é tributado, a fim de avaliar custo x benefício dos ativos que for incluir em seu portfólio.
Mas não caia na tentação de tomar decisões financeiras apenas com foco em pagar menos impostos, pois isso pode ser prejudicial à performance da carteira no longo prazo. Lembre-se que os impostos são pagos sobre os lucros, portanto, se eles estão aumentando, é sinal de que os lucros também estão.
A atenção aos impostos a que me refiro é muito mais no sentido de gerenciamento de carteira para não pagar além do realmente devido e, creia, isso acontece muito com investidores inexperientes que desconhecem benefícios fiscais. Fique atento a isso, informe-se com seu assessor na corretora ou com contadores especialistas em investimentos.
5. Aprenda a gerenciar também suas emoções
Em momentos de turbulência no mercado, seja por grandes altas ou grandes quedas, pode ser tentador vender suas posições ou comprar ativos que, em outros cenários, você não compraria. No entanto, seguir recomendações de última hora ou tomar decisões baseadas em notícias momentâneas pode lhe tirar completamente do seu planejamento e comprometer seus ganhos de longo prazo.
Volto a insistir: lembre-se do seu porquê. Comprar ou vender na euforia ou no pânico do mercado, na imensa maioria das vezes, é um grande erro. Se você tem confiança no plano que estabeleceu, mantenha-se firme e saiba identificar quando suas emoções estão comprometendo sua análise e, consequentemente, a performance de suas aplicações.
Partindo desses cinco passos, você tem, agora, como se organizar para investir melhor e ter resultados mais positivos, além de vivenciar essa trajetória de uma forma muito mais agradável e planejada. Lembre-se: alcançar as metas é muito prazeroso, mas o caminho até lá também deve ser o mais saudável e tranquilo possível.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
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