O grupo de medicina Albert Einstein anunciou hoje (6) a criação de um novo centro para pesquisa e tratamento de doenças ligadas ao câncer na cidade de São Paulo, projeto que deve ser inaugurado em 2025, após consumir investimentos de R$ 1,2 bilhão, incluindo desembolsos da construtora Bueno Netto.
O centro vai ampliar em 10 mil atendimentos por ano a capacidade do Einstein de tratamento de doenças vinculadas ao câncer, disse o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner.
As novas instalações também vão permitir o desenvolvimento de novos tratamentos, afirmou, citando atividades de pesquisa que incluem testes genéticos.
A base de profissionais especializados no tratamento da doença passará de 650 para 2.500 nos próximos anos, afirmou o Einstein, cuja meta é ter um dos 10 melhores centros de tratamento de câncer do mundo em cinco anos. Hoje, segundo ranking da Newsweek, o Einstein aparece na 16a posição.
“O cenário coloca a enfermidade (câncer) entre as principais causas de morte da população nos próximos anos, ao lado de doenças cardiovasculares, devido, principalmente, à maior longevidade“, disse Klajner. “O número de novos casos no mundo deve praticamente dobrar nas próximas décadas e, para que tenhamos a oportunidade de no mesmo local desenvolvermos um centro de pesquisa e assistência, o Einstein vai criar um hospital exclusivo de oncologia.”
Atualmente, o Einstein faz 25 mil atendimentos por ano em seus centros de oncologia e hematologia, que incluem um hospital em Goiânia, comprado em 2021, na primeira expansão física da entidade para fora do Estado de São Paulo.
O Einstein vai investir 400 milhões de reais no seu Centro Global de Cuidados e Terapias Avançadas em Oncologia e Hematologia. O complexo, com 160 leitos, 20 UTIs e 120 clínicas, será inaugurado no Parque Global, bairro de alto padrão entre as regiões nobres dos bairros Cidade Jardim e Panamby.
O restante dos recursos será aportado pelo Grupo Bueno Netto, que construirá o Parque Global. “Acreditamos que o retorno financeiro vem com produtos melhores”, disse Adalberto Bueno Netto, presidente do grupo, comentando sobre a parceria com o grupo de medicina para o empreendimento que terá cinco torres de 47 andares, shopping center, faculdade e hotel. Segundo ele, mais de 80% das torres estão vendidas.
Bueno Netto disse que o Einstein vai alugar a preços de mercado por 10 anos, prorrogáveis por mais 10, a infraestrutura física, um espaço de 40 mil metros quadrados.
Klajner afirmou que o investimento do Einstein no centro, próximo ao hospital do grupo no bairro do Morumbi – que já abriga um centro de oncologia que será transferido para o novo complexo – será bancado com caixa próprio da sociedade beneficente e “algumas oportunidades de tomada de capital via empréstimos”.
Questionado sobre o momento vivido pelo setor hospitalar do Brasil, marcado pela formação de grandes grupos verticalizados que têm crescido via aquisições, Klajner comentou que o Einstein vai manter seu modelo de sociedade beneficente e que os grandes negócios realizados no setor “estão sendo promovidos por organizações muito alavancadas, com fundos de investimento estrangeiro, e que muitas vezes não contemplam aquilo que nosso país precisa, que é trazer saúde e não trazer receita”.
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