Segundo o IMD (Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial), em 2022, o Brasil ocupa a 53ª posição (de 63 países analisados) em eficiência em infraestrutura. No último ano, 13% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro foi consumido por custos logísticos. Esse percentual é elevado quando comparado com os 7% dos EUA, segundo dados do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos).
Vasco Carvalho Oliveira Neto sentiu essas dificuldades na pele por duas décadas, quando presidia sua própria operadora logística, a AGV. Até que em 2020 ele vendeu a empresa para a mexicana Femsa e resolveu criar um novo negócio com foco em melhorar o setor. “O Brasil é ineficiente em logística. Depois de anos atuando na área, conheço todos os problemas e vi uma oportunidade de buscar soluções e ajudar outras empresas a não passarem pelo que eu passei”, diz Oliveira.
Foi assim que nasceu a nstech, uma plataforma que oferece soluções via softwares para toda a cadeia, das transportadoras aos motoristas, dos embarcadores às seguradoras de cargas. Dentre as mais de cem soluções disponíveis estão averbação eletrônica de carga, emissão de documentos, contratação de transporte com pagamento de frete no próprio sistema, entre outros serviços de gestão como ERP e TMS.
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Após dois anos de operação, a nstech chegou a registrar 60 mil clientes ativos e possui mais de 2 milhões de motoristas cadastrados na plataforma. Por intermédio de suas soluções, a empresa monitorou R$ 1,3 trilhão em valor de cargas.
Oliveira conta que investiu R$ 1,4 bilhão nos últimos dois anos para entregar mais soluções para seus clientes. A expectativa é de que o ano termine com a plataforma faturando R$ 650 milhões – o dobro de 2021.
O fundador atribui o sucesso à sua rede de contatos criada em 20 anos atuando no setor e aos problemas que a área tem. Entretanto, ele também apostou na estratégia de fusões e aquisições para adquirir tecnologia e mão de obra qualificada. Atualmente, 20 empresas foram integradas ao ecossistema da nstech.
Essas empresas e seus clientes fizeram com que a nstech chegasse ao mercado internacional. A empresa está presente no México, Colômbia, Chile, Peru, Bolívia, Angola, Argentina, Equador, Paraguai e Portugal. Cerca de 3% do faturamento são das operações internacionais.
Crescimento em 2023
Para Oliveira, a tecnologia é o segredo para melhorar a logística e a mobilidade do Brasil, e é isso que o fundador quer entregar para os seus clientes.
No próximo ano, Oliveira planeja entregar novas funcionalidades na plataforma, dentre elas um serviço de banco de dados e um marketplace.
O marketplace irá permitir acesso a todas as soluções da nstech, mas também irá entregar serviços e produtos de terceiros, como já ocorre hoje com varejistas como Americanas e Magazine Luiza. Será uma plataforma aberta para que os clientes tenham produtos e serviços disponíveis no mesmo lugar.
“O mercado de logística é muito fragmentado. Muitas vezes é preciso falar com mais de dez empresas para resolver o problema de uma entrega. Com o marketplace, a nstech vai integrar as soluções, com menos burocracia e garantir rapidez e eficiência para os clientes”, diz o fundador.
Outra novidade que deve chegar no próximo ano é o serviço de dados. A plataforma irá oferecer aos seus clientes os dados que consegue compilar por meio de informações dos motoristas, das cargas e dos diferentes modais. “Vamos reunir esses dados para que os clientes possam pensar em soluções de forma mais rápida e fácil”, diz Oliveira.
O post Perfil: nstech, a startup que investiu R$ 1,4 bi em sistemas logísticos apareceu primeiro em Forbes Brasil.