Nesta edição especial, em que a Forbes completa dez anos no país e apresenta como tema principal alguns ícones do empreendedorismo brasileiro, me proponho aqui a um brevíssimo ensaio sobre empreendedorismo na advocacia.
Sempre que tenho oportunidade, conto a história da minha carreira, com o objetivo principal de inspirar estudantes de Direito recém-formados e até aqueles que pensam em dar uma guinada na vida profissional. Conto para motivar uma paixão destemida pela advocacia. Sabemos que, embora a faculdade ofereça um currículo abrangente, não apresenta um roteiro de como administrar um escritório de advocacia lucrativo à medida que você busca um direito inalienável: sua felicidade.
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A narrativa de que possuir um extraordinário conhecimento jurídico se traduz em produtividade e riqueza não é real, e não contribui para o desenvolvimento de uma prática de negócios que ampare você e sua família financeiramente, na maioria das vezes. Então, o que falta para se chegar à felicidade na carreira e alcançar aqueles benefícios anunciados?
Atrevo-me a responder: falta ser um advogado empreendedor.
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Advogados empreendedores amam o desafio de construir seu próprio método de trabalho, sem medo de dar duro visando à autogestão. A advocacia, como bem sabemos, não é uma atividade tipicamente mercantil, mas não há transgressão ética quando o advogado adota uma postura empreendedora. Ser empreendedor,
entretanto, é extremamente difícil. Por isso, não afago o termo. Por outro lado, empreender não é uma roleta-russa, é um ofício que necessita de coragem, resiliência e planejamento.
Coragem. Entenda-se aqui como a capacidade de agir, apesar do medo, e reconhecer o ponto onde se está e para onde se quer ir. Ouse arriscar em algo que o coloque na direção correta de seus sonhos, utilizando o seu tempo para desenvolver uma prática mais produtiva para a sua vida.
Resiliência. É consciência, perseverança, um traço cognitivo e comportamental que fortalece a nossa capacidade de se adaptar a condições variadas. Em diferentes épocas, a resiliência é um ponto comum em todas as pessoas bem-sucedidas. Warren Buffett e Steve Jobs, por exemplo, em algum momento de suas vidas, enfrentaram contratempos – basta ler suas biografias. Mas conseguiram se recuperar com resiliência.
Planejamento. É o processo que ajudará você a escolher a melhor rota para chegar ao destino de seu negócio, identificando o que precisa ser realizado e os recursos necessários para introduzir seus serviços no mercado. O planejamento deve ser pautado por uma autorreflexão e, obviamente, um papel ativo do que se quer realizar e o tipo de prática que se quer executar.
É possível sim criar o seu próprio modelo de sucesso, sem necessariamente ser uma fotocópia. E, oxalá, merecidamente estampar a capa da Forbes. Quem estabelece o limite de prosperar na carreira e enriquecer é você. No mais, não dê ouvidos “pros miseráveis, que vagam pelo mundo derrotados, pra essas sementes mal plantadas, que já nascem com cara de abortadas” (Cazuza).
Nelson Wilians é CEO da Nelson Wilians Advogados.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
Artigo publicado na edição 100, de setembro de 2022.
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