Uma mulher não participa de forma oficial da F1 desde 1976, com Lella Lombardi, e uma brasileira deu um passo importante para tentar quebrar este incômodo tabu: a jovem piloto Aurelia Nobels. Aos 15 anos, ela é a única mulher a competir no grid da F4 Brasil e nesta semana foi anunciada como a grande vencedora do “FIA Girls on Track – Rising Star”, programa da FIA em parceria com a Ferrari que busca dar oportunidade para novas pilotos no automobilismo mundial.
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Filha de belgas e com residência no Brasil desde sua infância, Aurelia superou 16 competidoras de todo o mundo em seletiva realizada em Maranello, na sede da Ferrari, e também com testes de pista em Paul Ricard, na França. Como prêmio por ser escolhida pelo FIA Girls on Track – Rising Stars, Aurelia Nobels agora é oficialmente piloto do Ferrari Driver Academy (FDA), o mesmo que levou pilotos como Charles Leclerc ao posto de titular da tradicional equipe italiana, por exemplo.
“Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo agora. Sou muito grata a FIA, ao Ferrari Driver Academy e a Iron Dames por esta oportunidade incrível. Eu definitivamente aprendi muito e não posso esperar para começar esta temporada”, disse Aurelia, logo após ser escolhida pelo programa desenvolvido pela FIA e pela Ferrari.
Neste ano, Aurelia estreou na F4 Brasil, campeonato de base com os mesmos fórmulas usados na Europa e Estados Unidos e que também fez em 2022 sua primeira temporada no Brasil – o campeonato é organizado pela Vicar, que promove também a Stock Car. A final será disputada no próximo final de semana, em Interlagos, nos dias 10 e 11 de dezembro.
Para o ano que vem, Aurelia passa a competir de Fórmula 4 na Europa defendendo a Iron Dames, equipe que conta apenas com pilotos nas categorias em que disputa, tanto em monopostos quanto em provas de carros de turismo. Ela é a terceira piloto a conseguir uma vaga no Ferrari Driver Academy através do FIA Girls on Track – Rising Stars.
Começo no kart
A carreira internacional não chega a ser novidade para Aurelia. No kart, após conquistas no Brasil, ela se classificou para etapas do Europeu de Kart, andando no top-15 entre quase cem pilotos, e também no Mundial de Kart, em Portugal, em 2020. No ano passado, ela terminou também na quarta colocação a 56ª edição do Brasileiro de Kart.
“Meu sonho é chegar na F-1 e mostrar que as mulheres podem competir de igual para igual com qualquer piloto”, diz Aurelia, que tem como grande ídolo nas pistas Ayrton Senna. Aliás, é da época do auge do tricampeão mundial a última tentativa de uma mulher conseguir uma vaga no grid: em 1992, com Giovanna Amati, que não conseguiu se classificar com sua Brabham.
Para Aurelia, o ideal é mesmo seguir acelerando e se inspirar na garra, determinação e dedicação de seu ídolo Senna para ter chance de sucesso nesta árdua jornada para colocar de volta a presença feminina no grid da F1.
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