Ibovespa cai 3% na semana, pressionado por temor fiscal

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A volatilidade comandou o Ibovespa nesta sexta-feira (18). O índice de ações variou entre 108 mil na mínima e 111 mil pontos na máxima, e fechou aos 108.870,17 pontos, com recuo de 0,76%. Queda nas ações de Vale e Petrobras, além de preocupações com o cenário político, pesaram sobre a tentativa de recuperação da bolsa.

Na semana, que teve apenas quatro dias úteis, o índice registrou uma desvalorização de 3,01%. Desde a definição do pleito eleitoral, a queda soma 5%, com o Ibovespa tendo encostado em 120 mil pontos na máxima intradia deste intervalo.

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Vale e Petrobras, que juntas têm cerca de 25% de participação na bolsa paulista, foram as principais influências negativas do dia. As ações VALE3 caíram na contramão da alta do minério de ferro na China, enquanto as ações ON (PETR3) e PN (PETR4) da Petrobras seguiram o recuo da cotação do petróleo no mercado internacional.

A cotação do barril Brent e do WTI registrou mais um dia de queda, com o último no limite de US$ 80 após perder 1,58% de valor no dia. Na semana, o barril WTI caiu 9,8%. Já o Brent fechou avaliado em US$ 87,62 por barril, após queda de 2,41% no dia e 8,7% na semana.

O preço da commodity caiu depois que os embarques de petróleo russo para a Hungria por meio do oleoduto Druzhba foram reiniciados. Outro fator foi o aumento dos casos de Covid na China, que aumentaram as expectativas de desaceleração da economia.

As ações da Vale recuaram 2,89% no dia, enquanto PETR3 caiu 1,84% e PETR4 perdeu 1,69% no Ibovespa hoje.

No entanto, o maior recuo percentual do dia ficou com a Via (VIIA3), que caiu 8,30%. A varejista figurou no ranking de maiores perdas do Ibovespa ao lado do Magazine Luiza (MGLU3), que perdeu 7,08%, e Americanas (AMER3), que recuou 4,86%. Analistas afirmam que a queda das varejistas está relacionada ao aumento da curva de juros de longo prazo devido à incerteza.

No lado positivo, as altas da sexta ficaram com São Martinho (SMTO3), que subiu 10,26%, e Raízen (RAIZ4), com avanço de 4,09%, ambas na esteira da alta de 2,5% no valor do açúcar no mercado internacional.

O Ibovespa vem sofrendo nas últimas sessões, especialmente em reação à proposta da equipe de transição de tirar R$ 175 bilhões do teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família a partir de 2023, por tempo indeterminado.

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse hoje que a proposta provocará um aumento do déficit público e da dívida do governo. Ele afirmou que a questão fiscal poderá interferir nos cenários avaliados pela autoridade monetária para definir sua atuação nos juros.

Também fez preço na bolsa a especulação de que Fernando Haddad será o Ministro da Fazenda. Haddad não é visto como um nome técnico pelos investidores, além de ter um discurso pró expansão dos gastos públicos e contrário às privatizações.

Em Nova York, os principais índices de ações fecharam em alta, depois de um dia de forte volatilidade também. Declarações de dirigentes do Federal Reserve sobre os juros pressionaram as negociações em bolsa.

Susan Collins, do Fed de Boston, afirmou que uma alta de 0,75 ponto percentual em dezembro ainda é uma possibilidade. “Os dados mais recentes não reduziram meu senso do que pode significar suficientemente restritivo, nem minha determinação”, disse Collins.

Ao final da sessão, o Dow Jones subiu 0,60%, a 33.747,14 pontos, o S&P 500 avançou 0,48%, a 3.965,48 pontos, e o Nasdaq fechou estável (+0,01%), a 11.146,06 pontos. O dólar comercial fechou em baixa de 0,50%, a R$ 5,3748.

(Com Reuters)

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