Pele e cigarro: 8 problemas cutâneos ligadas ao ato de fumar

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Você sabia que existem condições dermatológicas causadas, associadas ou agravadas pelo tabagismo? “No contexto da saúde da pele, parar de fumar é fundamental para desacelerar o envelhecimento, minimizar complicações cirúrgicas e dermatológicas relacionadas ao tabagismo e melhorar as condições de saúde como um todo, o que impacta diretamente no tecido cutâneo”, explica a dermatologista Paola Pomerantezeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Quer entender melhor quais os problemas cutâneos que o cigarro pode gerar ou piorar para a saúde e a beleza da sua pele? Abaixo, a médica destaca oito delas:

Dificuldade na cicatrização de feridas

O tabagismo demonstrou repetidamente ter efeitos negativos na cicatrização de feridas cutâneas. “A nicotina aumenta a adesividade das plaquetas ao inibir a prostaciclina, levando assim à oclusão microvascular e isquemia do tecido. O tabaco também inibe a função das células endoteliais e dos fibroblastos, a atividade do óxido nítrico, a produção do fator de crescimento endotelial vascular e a síntese de colágeno, tudo isso com impacto direto na cicatrização”, explica a Dra. Paola.

Aparecimento de rugas e aceleração do envelhecimento da pele

O tabagismo também pode estar relacionado ao tão temido envelhecimento da pele, viu? “As características clínicas de um ‘rosto de fumante’ foram descritas em estudos e incluem: rugas faciais proeminentes, proeminência dos contornos ósseos subjacentes, pele seca e vermelha”, diz a Dra. Paola.

Segundo a especialista, estudos indicam que as mulheres parecem ser mais suscetíveis aos efeitos de enrugamento causado pelo fumo do que os homens.

O envelhecimento da pele está diretamente relacionado ao ato de fumar – Foto: Shutterstock

Doenças de unhas e cabelos

Fumar também pode causar ou piorar vários distúrbios do cabelo e das unhas, como alopecia androgenética, cabelo grisalho prematuro, unhas de fumante e pelos faciais descoloridos. “O cigarro basicamente prejudica a circulação sanguínea e, assim, também a oxigenação e aporte de nutrientes de tecidos periféricos, incluindo a pele, unhas e cabelo. As substâncias tóxicas do cigarro também levam a um quadro altamente inflamatório, sensibilizando a região que pode sofrer com irritação, dermatite seborreica, afinamento, quebra dos fios e queda capilar”, explica a dermatologista.

Hidradenite supurativa

Conhecida como acne inversa, essa condição de pele também ocorre com mais frequência em fumantes. “Geralmente confundida com furúnculos ou espinhas grandes, a hidradenite supurativa é uma inflamação crônica da pele que se caracteriza pelo surgimento de inchaços e cistos profundos em regiões como axilas, mamas, virilha, genitais e glúteos, que liberam secreção purulenta e causam desconforto e dor”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff.

Psoríase

Os fumantes apresentam risco aumentado de desenvolver psoríase e apresentam taxas mais baixas de melhora clínica com o tratamento. “Nessa doença autoimune comum, o corpo reconhece uma proteína normal da pele como anormal e tenta se livrar dela fazendo a pele descamar. Isso resulta em placas grandes, espessas e escamosas que racham e sangram, e podem ser dolorosas e apresentar coceira”, diz a dermatologista. As áreas de impacto do problema podem variar, mas algumas das mais sensíveis são o couro cabeludo, rosto, genitais e unhas.

Lúpus

O desenvolvimento de lúpus eritematoso sistêmico, assim como o aumento da gravidade da doença, tem sido associado ao tabagismo. “Além disso, o cigarro prejudica demais o tratamento da doença, interferindo diretamente na efetividade dos medicamentos”, afirma a Dra. Paola.

Dermatite

Os cigarros são um fator de risco conhecido para dermatite de contato alérgica. “Vários alérgenos potenciais de cigarros podem ser encontrados em filtros, papel e tabaco. Muitos relatórios documentaram dermatite de contato irritante e alérgica ao adesivo de nicotina em alguns pacientes que tentaram parar de fumar”, explica a profissional.

Câncer de pele

Nesse caso, a relação entre a doença e o tabagismo permanece controversa, apesar da presença de vários carcinógenos na fumaça do tabaco. “Parece haver uma correlação entre maços por dia e anos de tabagismo com o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas, principalmente em mulheres. Porém, mais estudos precisam ser realizados para avaliar o papel do tabagismo no desenvolvimento do câncer de pele. O que se sabe é que a falta de nutrição das células da pele pode prejudicar sua imunidade, o que a deixa mais suscetível aos danos ambientais do sol”, explica a médica.

Porém, de qualquer forma, parar de fumar ajudará e melhorar diversas condições de pele, segundo a Dra. Paola.

Fonte: Dra. Paola Pomerantezeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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