A Shein, varejista chinesa online de moda, quer crescer ainda mais no Brasil. Só no País, a marca de fast-fashion já faturou mais de US$ 2 bilhões em vendas no ano passado, segundo estimativas do BTG Pactual, além de ser o aplicativo mais baixado da indústria brasileira, com 23,8 milhões de downloads. Para Felipe Feistler, principal executivo da marca no Brasil, esse é só o começo.
“O mercado brasileiro é extremamente relevante para qualquer empresa global. Para nós não seria diferente. São 215 milhões de pessoas que podemos atingir. É uma ótima oportunidade para cumprir a nossa missão de democratizar o acesso à moda”, diz o executivo à Forbes Brasil.
“Temos a missão de tornar a moda acessível para todos. Apesar de ainda termos um grande desafio logístico para enfrentarmos no país, estamos trabalhando para melhorar e aumentar a nossa expansão”, acrescenta.
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Por mais que o maior foco da Shein no Brasil continue sendo o comércio eletrônico, as estratégias do negócio vão além. No último sábado (12), inclusive, a gigante do varejo de moda abriu sua primeira loja física pop-up (temporária) com vendas em São Paulo (SP) — marcada por longas filas e confusão. A venda presencial, no entanto, não se limitará à capital paulista.
A marca tem planos de abrir mais lojas em quatro regiões brasileiras no ano que vem. “Estamos ainda debatendo quais serão”, diz o executivo. “Mas ainda teremos mais uma inauguração neste ano. O próximo destino será Minas Gerais, em Belo Horizonte, no mês de dezembro.”
Para o executivo, essas lojas temporárias são uma excelente oportunidade de negócios, que também se inclui na estratégia de democratização: “Queremos que todos tenham a oportunidade de ver, experimentar e levar as peças por um preço acessível.” A peça mais barata da coleção disponível custava R$ 14,90 e a mais cara R$ 166,00.
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As lojas pop-ups também servem como um estímulo e convite para quem ainda não é cliente e deseja conhecer a empresa. “Como estamos mais no online, ainda há quem tenha receio de comprar pelos canais digitais. Vendo que somos uma loja real, isso tende a diminuir”, acrescenta Feistler.
Conhecida por trazer peças da moda “instagramáveis” a preços acessíveis, a Shein tem como maior público a geração Z. Segundo Fabiana Magalhães, head de fashion categories, a varejista tem um time que fica responsável por olhar “o tempo inteiro” o que essa geração deseja consumir. A partir disso, é realizada a produção.
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“O nosso grande diferencial também é a variedade que trazemos para esse público, juntamente à qualidade e rapidez em disponibilizar a moda para todos”, comenta a executiva. “Mais do que trazer acesso, também queremos manter a qualidade, variedade e preço. Esses três pilares caminham juntos através da forma inovadora que a China produz”, explica Magalhães.
Abordagem do ESG em meio às críticas
A Shein não agrada a todos. Existem acusações de trabalho escravo e críticas sobre impacto ambiental. Em outubro, uma reportagem da emissora britânica ‘Canal 4’ acusou a marca de pagar menos de um centavo por peça produzida pelos funcionários de fornecedoras da marca.
Questionado, Feistler diz que a empresa observa atentamente as denúncias. “A Shein está investigando essas acusações de trabalho escravo. Caso as autoridades concluam que houve o crime, pararemos imediatamente de trabalhar”, diz o executivo.
“Olhamos com muita seriedade essas questões e temos a posição de punir qualquer fornecedor que não siga as nossas políticas, que incluem a Organização Internacional do Trabalho e leis locais”, acrescenta.
Sobre as questões ambientais, Magalhães comenta que o ESG é uma abordagem trabalhada dentro da Shein. Segundo a executiva, a meta da marca de fast-fashion é contribuir para reduzir todo desperdício existente no mundo da moda. Para isso, é utilizado a estratégia de “testar e comprovar”.
“Disponibilizamos cerca de 100 a 200 peças a princípio. Caso se comprove a demanda, a produção daquele modelo passa a ser de longa escala.” Ou seja, só é produzido em grandes quantidades aquilo que se comprova. “É uma forma de reduzir o impacto ambiental, além de também contribuir para o preço baixo.”
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