Luis Henrique Guimarães, 56 anos, tem nos esportes boa parte das lembranças da juventude. Futebol, tênis e surfe foram as paixões desse carioca do Flamengo, que atualmente dá expediente no número 4.100 da paulistana Avenida Faria Lima.
Hoje Guimarães, coloca toda a sua energia em outro jogo, o de CEO do principal negócio do empresário Rubens Ometto, controlador da Cosan. Guimarães faz parte da lista Forbes dos melhores CEOs de 2022.
A Cosan é um conglomerado com quase 40 mil profissionais que atua nos setores de energia e logística, com empresas de produção de açúcar, etanol e energia elétrica, distribuição de gás natural e lubrificantes, mais transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. Em 2021, a receita da Cosan cresceu 50,3%, indo a R$ 113,1 bilhões, para um lucro ajustado de R$ 2,7 bilhões, valor 91,5% acima do ciclo anterior.
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Filho de um engenheiro naval, Guimarães escolheu ser estatístico. “Porque matemática soluciona problemas e eu tinha facilidade para isso. Mas é esquisito eu gostar de matemática, porque adorava geografia e história”, pondera ele. “Eu queria viajar muito, conhecer o mundo.”
Guimarães tem um sentido lógico na fala e nos gestos. Diz que o esporte o levou a um modelo do que queria se tornar: estudar em faculdade pública à noite para trabalhar e surfar. O dia na praia começava quase na madrugada. O primeiro estágio foi no banco Chase, na tesouraria.
Foi a partir daí que, de fato, ganhou o mundo: passou para a Shell, Telecom, empreendeu, casou-se com uma dentista, viajou, morou em vários países – sendo o primeiro a Inglaterra –, e tornou-se pai de duas meninas, hoje com 23 e 21 anos. “A primeira coisa que aprendi é que não dá para planejar tudo na vida, mas você tem que ir capitalizando as oportunidades. Eu digo sempre: prepare-se e gerencie a sua ansiedade, porque a vida e a profissão são uma maratona, não uma corrida de 100 metros.”
Foi como funcionário da Shell, nos EUA, que Guimarães tornou-se vice-presidente de combustíveis e participou da formação da Raízen, no Brasil, uma joint venture com a Cosan, em 2011. Para ele, um dos desafios atuais é estar preparado para uma carreira mais longa – antes de 35 anos e que agora pode ser de 50 anos ou mais. “As pessoas vão viver mais, vão ter mais oportunidades e desafios diferentes”, diz ele. “Você tem de fazer o que gosta. Na carreira há momentos de estresse, mas é importante que aquilo te traga felicidade. Seja curioso e não pare de aprender. É a curiosidade que move a gente.”
*Reportagem publicada na edição 101 da revista Forbes, em setembro de 2022.
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