Baixa dos criptoativos abre espaço para serviços financeiros

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Imagem do bitcoin: com baixa de 55,2% no ano, usuários pensam em usar criptomoedas para pagamentos

Os investimentos em criptomoedas têm passado por maus bocados. O bitcoin (BTC), por exemplo, registra desvalorização de 55,2% no ano. E, no geral, houve uma estagnação no valor dos ativos digitais nos últimos meses devido à alta dos juros nos Estados Unidos e na Europa, e à desaceleração da economia global.

No entanto, isso não quer dizer que esse mercado parou de funcionar. Para Henrique Teixeira, head global de novos negócios do grupo Ripio, uma corretora de criptoativos, o movimento foi um reflexo do que ocorreu em mercados mais tradicionais, como as Bolsas, e permite a criação de oportunidades.

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Para a Ripio, uma delas é a ampliação dos serviços financeiros, para além dos investimentos. “O mercado cripto é muito mais amplo”, diz Teixeira. Por isso, a Ripio desenvolveu produtos que utilizam criptomoedas para pagamentos. “Isso ainda permite que o usuário se proteja contra a inflação e variação cambial na hora de realizar as compras”, afirma.

Em agosto deste ano, a corretora se uniu à Visa para lançar o Ripio Card, um cartão pré-pago internacional que permite pagar contas em vários países consumindo tanto o saldo em reais quanto o em criptomoedas. O cartão não cobra taxas de aquisição nem mensalidade.

A Ripio é responsável pela conversão da criptomoeda em uma moeda oficial, como o real, por exemplo, para que a transação seja processada pela rede da Visa.

“Queremos que o cliente tenha facilidade em utilizar as criptomoedas no dia a dia e não só apenas para investimentos. É uma forma de mostrar que as criptos e ativos digitais também podem ser usados além de serem negociados”, diz o executivo da Ripio.

Segundo Teixeira, é possível notar um aumento do interesse dos brasileiros em usar as criptomoedas nas transações do dia a dia. “O cliente está aproveitando as taxas mais baixas e a velocidade maior como uma alternativa de meio de pagamento.”

A corretora também está desenvolvendo produtos para empresas, como o Mercado Coin. É um ativo digital desenvolvido em parceria com o Mercado Livre e lançado em agosto. “Veremos cada vez mais empresas oferecendo criptomoedas”, diz Teixeira.

Momento impulsiona demanda

Do ponto de vista dos investimentos, o executivo afirma que a incerteza econômica abre oportunidades para montar carteiras aproveitando os preços baixos.

“Temos visto esse movimento no Brasil, principalmente por conta da volatilidade e incertezas cambiais”, diz. Isso ocorreu, de forma mais radical, na Argentina, onde a inflação se aproxima dos 100% ao ano e as criptomoedas são uma forma de proteção.

“Nós vemos o Brasil com bons olhos. Apesar dos valores estarem estáveis a algum tempo, esses casos de uso vem crescendo muito rápido e permitem que a cripto tenha mais adoção pelo mercado brasileiro”, comenta Teixeira.

O que dificulta o crescimento do mercado cripto no Brasil, segundo o executivo, é a falta de regulamentação. “Há grandes players que esperam a regulamentação para entrar no mundo das criptomoedas. Ou seja, ainda vemos um ambiente pequeno comparado com o que ele poderia ser”, diz Teixeira.

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