Na volta do feriado de Finados, o Ibovespa iniciou a sessão de hoje (3) em queda de 1,76%, aos 114.767 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). Após duas altas consecutivas, o principal índice da B3 opera em linha com seus pares globais, que caem nesta manhã após decisões de política monetária.
Nos Estados Unidos, os futuros de Wall Street operam em baixa após os índices terminarem a sessão de ontem (2) em forte queda, uma vez que declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, abalaram o otimismo inicial com o comunicado que aumentou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, mas sinalizou que aumentos menores podem estar no horizonte.
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Os juros básicos passaram a uma faixa entre 3,75% e 4,00%. No entanto, segundo Powell, é “muito prematuro” pensar em pausar as altas.
O Dow Jones futuro recuava 0,70%, aos 31.952 pontos, o S&P 500 tinha queda de 0,96%, aos 3.733 pontos, e o Nasdaq -1,09%, aos 10.826 pontos.
Quem também sentiu a alta dos juros nos EUA foram as Bolsas de Hong Kong e da China, que caíram hoje após dois dias de altas, com a política monetária norte-americana e o aumento nos casos de Covid-19 na China alimentarem preocupações sobre uma nova desaceleração no crescimento econômico global.
Em Hong Kong, o Hang Seng registrou forte queda de 3,11%. Na China, o Xangai cedeu 0,19% e o Shenzhen -0,34%. Em Taiwan, o Taiex recuou 0,87%. Na Coreia, o Kospi teve queda de 0,33%. Já o Nikkei, em Tóquio, não operou por conta do feriado.
Na esteira da repercussão dos juros nos EUA, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, disse que o BCE precisa estar atento às decisões de política monetária do Federal Reserve, que influenciam os mercados globais, mas não pode apenas espelhar seus movimentos.
A decisão nos Estados Unidos levou os investidores a acreditarem que o BCE seguirá os mesmos passos.
Lagarde, no entanto, disse que o Banco Central Europeu, que elevou os juros em 0,75 p.p. na semana passada, não pode simplesmente imitar o Fed porque as condições econômicas são diferentes para os 19 países da zona do euro, um ponto ressaltado anteriormente pelo membro do conselho do banco, Fabio Panetta.
E ainda sobre juros, o banco central britânico aumentou hoje a taxa para 3%, de 2,25%, o maior aumento desde 1989 em meio a alertas de um cenário “bastante desafiador” para a economia.
O Banco da Inglaterra prevê que a inflação atingirá uma máxima de 40 anos de cerca de 11% durante o trimestre atual, mas que o Reino Unido já entrou em uma recessão que pode durar dois anos – mais do que durante a crise financeira de 2008-09.
A decisão de hoje – a maior em 33 anos com exceção de uma tentativa fracassada de sustentar a libra em 1992 – ficou em linha com as expectativas dos economistas em uma pesquisa da Reuters, mas não foi unânime.
Dois membros do Comitê de Política Monetária, Silvana Tenreyro e Swati Dhingra, votaram por aumentos menores de um 0,25 e 0,5 ponto percentual, respectivamente, já que a economia provavelmente já estava em recessão.
Os bancos centrais em todo o mundo ocidental estão respondendo a desafios semelhantes.
A inflação disparou no último ano devido à escassez residual de mão de obra e aos gargalos na cadeia de suprimentos desde a pandemia de Covid e – no caso da Europa – um grande aumento nas contas de energia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro.
O dólar tinha alta de 0,85%, negociado a R$ 5,1622.
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(Com Reuters)
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