COP 27: o que é a Coalizão para Nações das Florestas Tropicais

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Trecho da floresta Amazônia, no Acre, que faz parte das soluções climáticas

A possibilidade de um enfraquecimento do Acordo de Paris, e a falta de um novo acordo internacional até 2030, poderiam significar “game over”, de acordo com Kevin Conrad, diretor executivo da Coalition for Rainforest Nations (Coalizão para Nações das Florestas Tropicais), organização intergovernamental fundada em 2005 por cerca de 50 nações que possuem florestas tropicais e da qual o Brasil faz parte.

Falando à Forbes no período que antecede a COP27 (a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022), a ser realizada em Sharm El-Sheikh neste mês, entre os dias 6 e 18, Conrad alertou que uma “falta de confiança” entre nações em desenvolvimento e países mais ricos sobre os compromissos com as mudanças climáticas pode fazer com que o consenso internacional sobre como proteger o planeta possa colapsar.

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Conrad disse que isso ocorre porque o Acordo de Paris foi construído sobre a noção de que “muitos dos países mais pobres do mundo não criaram esse problema, mas que seriam necessários para resolvê-lo”.

Mas ele acrescentou que o apoio financeiro disponível para as nações em desenvolvimento destinado a reduzir as emissões de carbono é “lamentavelmente inadequado” e desnecessariamente complicado.

“Eu não ficaria surpreso se em um ou dois anos muitos no mundo em desenvolvimento dissessem ‘nós não causamos esse problema. Vocês nos enganaram em um acordo e não entregaram o que é necessário para nos ajudar na transição’”, disse Conrad.

No caso de uma fratura, ele afirma que a confiança deve ser restaurada antes de 2030. Nesse ponto, acrescentou que poderia ser “game over” para o meio ambiente.

“É por isso que, para mim, é politicamente imperativo que tenhamos um pensamento mais criativo em torno das finanças privadas”, disse ele. “Não podemos sentar aqui e confiar nas finanças públicas, especialmente quando se tem Covid, preocupações com energia e a guerra na Ucrânia.

“Há muito capital à margem do setor privado que não está indo para nenhuma dessas questões. Precisamos criar o incentivo certo para atrair capital privado para projetos de mudança climática. Se não pudermos fazer isso, acho que corremos o risco de realmente estragar tudo.”

Segundo o executivo, as florestas tropicais desempenham um papel importante na estabilidade climática, atuando como um “enorme vácuo de carbono”, e que devem ser uma peça central de qualquer negociação futura.

Conrad acrescentou que muitos pequenos estados insulares estão agora pressionando por financiamento e seguro adicionais para cobrir quaisquer perdas e danos, como resultado das mudanças climáticas. E que escalar o financiamento climático e garantir que uma porcentagem disso vá para fins de conservação florestal será fundamental.

Mas Conrad prometeu, também, que a Coalizão estaria novamente “empurrando a pedra morro acima” na conferência COP27 para fazer sua voz ser ouvida e proteger as florestas tropicais em todo o mundo.

“Temos que entender que uma floresta em pé é um ativo de 30 anos no jogo climático e precisamos proteger sua função de remoção de carbono”, acrescentou.

“Precisamos que essas florestas continuem a sugar – por falta de terminologia melhor – quatro gigatoneladas de atmosfera, ano após ano. Se as destruirmos, o jogo acaba. O que muitas pessoas não percebem é que já temos a tecnologia para resolver isso. Chama-se fotossíntese e vamos fazer tudo o que pudermos para proteger essa tecnologia.”

*Jamie Hailstone é colaborador da Forbes EUA e já colaborou para veículos como Air Quality News, Utility Week, Classic Rock e outros

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