O governo do Paraná decidiu estudar uma potencial operação para “otimizar investimentos” na elétrica paranaense Copel, em uma sinalização que levou as ações da estatal a dispararem até 9% no pregão desta terça-feira (1).
Segundo comunicado da elétrica divulgado na véspera, o Estado paranaense solicitou “informações técnicas” ao Conselho de Controle das Empresas Estaduais “a fim de subsidiar modelo para potencial operação no mercado de capitais em que se otimize o investimento do Estado” na Copel.
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O comunicado não traz mais detalhes sobre a potencial operação, mas esclarece que o governo paranaense preservaria uma “participação societária relevante” na companhia. Atualmente, o Estado detém 69,7% das ações ON da elétrica, o equivalente a 31,1% do capital social total.
No ano passado, o governo de Ratinho Júnior (PSD), reeleito para um próximo mandato a partir de 2023, chegou a estudar uma venda de parte das ações do Estado na Copel em conjunto com o BNDES. Posteriormente, o governo paranaense acabou desistindo de acompanhar o banco no follow on.
Até então, o discurso de Ratinho Júnior tem sido de que não há intenção de privatizar a Copel, por se tratar de um ativo estratégico ao Estado. Nos últimos anos, o governo promoveu importantes ajustes na elétrica, com desinvestimentos de ativos não-estratégicos (Copel Telecom e, futuramente, a Compagas), mudanças no estatuto e reforma da política de dividendos.
Privatização
Para o Bradesco BBI, o movimento mais recente pode ser interpretado como um sinal de que, pela primeira vez, o Paraná olha para a possibilidade de privatizar a Copel, ou pelo menos vender partes da empresa (a geração, por exemplo).
Em relatório, analistas do banco afirmaram que o governador agora tem, em princípio, menos restrições para avançar com a privatização, tendo amplo apoio no legislativo estadual. Avaliaram ainda que a uma venda de ativos se tornou mais atrativa após o Estado ter perdido receita tributária com novas regras de ICMS sobre as contas de luz.
A equipe do BBI prevê que seria mais provável uma privatização “completa” da companhia, em vez de venda de divisões específicas.
“Enquanto vender apenas as áreas de geração e transmissão implicaria menos oposição/barulho por parte dos políticos locais e da população paranaense, manter a distribuidora estatal, com margem mais baixa, provavelmente seria menos desejável devido aos riscos operacionais”, escreveram os analistas do BBI Francisco Navarrete, João Fagundes e André Silveira.
No comunicado divulgado pela Copel, o governo disse que “a adoção de eventual modelo, a depender dos estudos que serão realizados para este fim, estará sujeita a determinadas aprovações, de acordo com a lei e os regulamentos aplicáveis”.
Segundo a elétrica, a manifestação do Estado não deve ser considerada ou interpretada como sendo um anúncio de operação no mercado de capitais envolvendo a companhia.
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