“Quando a gente apoia uma menina a ter independência emocional e financeira, a gente ajuda a mudar o PIB brasileiro”, diz Vivi Duarte, fundadora da Ong Plano de Menina, que amanhã (29), realiza a sexta edição do Festival Plano de Menina no MASP (Museu de Arte de São Paulo), com shows, palestras e conversas sobre mercado de trabalho, autoestima e inclusão social. Os painéis giram em torno de temas como carreira, marca pessoal e autoestima e serão intercalados com shows de Bia Doxum, Amanda Lyra e do Slam das Minas.
Durante o evento, o Instituto vai apresentar uma pesquisa com dados da inserção das meninas no mercado de trabalho. Em parceria com a consultoria Wiz&Watcher, será divulgada a pesquisa “Meninas e o futuro do trabalho”. O levantamento trouxe insights sobre a relação entre o universo feminino e o mercado de trabalho e foi complementado por uma pesquisa realizada pela Cia. de Talentos, com recorte de jovens entre 20 e 25 anos pertencentes à classe C.
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Para elas, pertencimento é um sentimento chave quando se fala em carreira. Querem sentir-se incluídas. Enquanto 30% valorizam as experiências que apoiam o crescimento e as fazem sentir parte da empresa, 43% concordam que as empresas poderiam fazer mais do que fazem hoje em relação à diversidade e inclusão. Sua visão de líder do futuro é alguém com olhar holístico, que veja além do trabalho, influencie seu entorno e defenda seus pontos de vista. “Michelle Obama, Gabriela Priori e Boca Rosa são algumas das referências entre o público pesquisado”, diz Melina Oliveira, gerente de negócios do Instituto.
Empreendedorismo, inclusão e autoestima
O Plano de Menina foi criado em 2016 por Vivi, que também é fundadora da consultoria em diversidade Plano Feminino e, por meio dela, ajudou a mudar a cara da comunicação das empresas ao chamar a atenção em como as mulheres eram retratadas na publicidade. Depois de algum tempo, percebeu que poderia mudar o espaço que as mulheres têm no mercado se esse investimento começasse mais cedo.
Nesses sete anos, foram três mil meninas que passaram pelas mentorias e pelo acompanhamento da equipe da ong, que atua em cinco pilares: empreendedorismo e negócios; direitos, raça, gênero e diversidade; inclusão e educação digital; economia circular e criativa e autoestima. Depois de três meses desse acompanhamento, elas são conectadas com o mercado de trabalho. Durante a pandemia, foram 100 alunas empregadas via Plano de Menina.
Ao concluir a jornada de capacitação, a menina entra para o Banco de Talentos e passa a ter oportunidades de emprego, acesso a cursos e a eventos, além de suporte psicológico. Amanda Guimarães, de 21 anos, conheceu o Plano em 2016 durante um evento e virou embaixadora. Estudou marketing digital na FGV e faz estágio na Loggi. “Entrar na universidade sempre foi o meu sonho. E também queria ter um emprego que me desse autonomia e liberdade financeira para realizar coisas que eu não tive oportunidade, como viajar”, diz.
A própria Vivi Duarte, que fez carreira em grandes empresas e hoje é head de planejamento e conexão na Meta, nasceu em um bairro sem recursos da periferia paulistana. “Sei, pela minha experiência, que essas meninas periféricas têm muita dificuldade de crescer sozinhas, mas têm muito potencial. Quando elas têm apoio, crescem e mudam a história da família inteira. Temos gente empregada na Ambev, na Unilever, na Body Shop.”
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