A compra do Twitter por US$ 44 bilhões por Elon Musk foi a parte mais fácil. Agora, o presidente-executivo da Tesla deve provar por que acredita que a rede social vale 10 vezes esse valor e reverter uma plataforma de mídia social que passou meses ridicularizando.
No início deste mês, o bilionário disse: “Eu e os outros investidores estamos obviamente pagando demais pelo Twitter agora. O potencial de longo prazo, na minha opinião, é uma ordem de magnitude maior do que seu valor atual”.
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Musk forneceu poucos detalhes concretos sobre seus planos, e o que ele compartilhou parece absurdo ou contraditório.
Aqui está o que está por vir para Musk, o autoproclamado “Chief Twit”, de acordo com atuais e ex-funcionários do Twitter, analistas e investidores que consideraram financiar o negócio.
Musk prometeu preservar a liberdade de expressão de todos os tipos, mas adotou um tom mais conciliador com líderes globais que pretendem controlar a Big Tech, preocupando ativistas e ex-líderes do Twitter.
Três horas após Musk declarar vitória ao tuitar “O pássaro está livre”, o comissário europeu Thierry Breton retrucou: “Na Europa, o pássaro voa de acordo com nossas regras”.
Na Índia, reguladores também lembraram Musk sobre o estado de direito. “Nossas regras e leis para intermediários seguem as mesmas, independente de quem tem as plataformas”, disse Rajeev Chandrasekhar, ministro de tecnologia da informação da Índia.
A expansão dos negócios da Tesla na China, onde gerou US$ 14 bilhões em 2021, também pode por o Twitter em risco, disse Jason Goldman, ex-membro do conselho da empresa.
“A ideia de que ele será responsável pela relação com o governo chinês e potencialmente entregando informações sobre os usuários é muito assustadora”, disse ele. O Twitter conta com especialistas que analisam pedidos de dados de governos, mas Musk mostrou desprezo por esses especialistas.
Ex e atuais empregados que conversaram com a Reuters disseram que os planos de Musk de diminuir salvaguardas em todas as plataformas de mídia social podem levar a uma enxurrada de conteúdo odioso, prejudicial e potencialmente ilegal no Twitter, que tem lutado para identificar e remover pornografia infantil.
Espera-se que os membros da equipe de confiança e segurança do Twitter, que inclui moderadores de conteúdo, estejam entre os cortes de empregos mais profundos de Musk, temem os empregados.
Anunciantes apontam para o plano de Musk de restabelecer a conta de Trump como grande impedimento para gastar no Twitter. O Twitter suspendeu Trump permanentemente por risco de incitação à violência após o ataque de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA.
Receber Trump de volta pode afastar usuários moderados e liberais e afastar grandes marcas que querem atrair pessoas de todo o espectro político, disse Mark DiMassimo, fundador da agência de publicidade DiMassimo Goldstein.
Até que Musk encontre novas fontes de receita, ele não pode se dar ao luxo de provocar uma reação de um grupo que contribui com 90% da receita do Twitter.
Assinaturas premium
Musk disse a investidores que planeja criar um que venderá assinaturas premium para reduzir a dependência de anúncios, permitir que os criadores de conteúdo ganhem dinheiro e permitir pagamentos, de acordo com uma fonte a par do assunto.
Não há super aplicativos nos EUA porque a barreira é alta e há muitas opções de aplicativos, disse Scott Galloway, professor de marketing da Universidade de Nova York.
A Apple e o Google, da Alphabet, que controlam as lojas de aplicativos em dispositivos móveis, se consideram super aplicativos e provavelmente não permitiriam que outros programas fossem desenvolvidos, disse Galloway.
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