Regiões agrícolas do Rio Grande do Sul registraram chuvas 56% abaixo da média nos últimos dez dias e, mesmo diante da previsão de novas precipitações no curto prazo, a umidade pode ser pouca para as lavouras em uma visão mais estendida, alertou a empresa de sensoriamento remoto EarthDaily Agro hoje (27).
O cenário é decorrente da continuidade do fenômeno climático La Niña, que atingiu principalmente os cultivos de soja na última temporada. O plantio está em fase inicial no Rio Grande do Sul, que está entre os três maiores produtores da oleaginosa no Brasil.
“A umidade do solo tem diminuído (no Rio Grande do Sul). Para os próximos dias, estão previstas algumas chuvas –o que irá aumentar a umidade do solo– mas serão insuficientes no médio e longo prazo”, disse a EarthDaily Agro.
Nas áreas de trigo, a empresa disse em nota que há previsão de uma queda de temperatura no Estado, o que pode refletir em alguma medida nas lavouras que estão sendo colhidas. Ainda assim, a EarthDaily segue otimista.
“O vigor da vegetação (NDVI) continua alto e mantém nosso otimismo quanto ao rendimento das lavouras”, disse no comunicado o analista de safra da EarthDaily Agro, Felippe Reis.
Tanto o modelo europeu (ECMWF) quanto o americano (GFS) esperam boas chuvas no Paraná, parte de Mato Grosso do Sul, São Paulo e boa parte do Matopiba –Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia– nos próximos dez dias, mas a previsão é de baixa precipitação para Mato Grosso e Goiás.
“Nos últimos 10 dias a precipitação acumulada ultrapassou os 100 milímetros em algumas regiões do Paraná e Mato Grosso. Nos dois estados o volume de chuvas foi acima da média, o que irá manter a umidade do solo alta”, afirmou a análise.
A companhia destacou que no Paraná, mesmo com o fenômeno La Niña ativo, foram registradas altas precipitações nas últimas semanas, dificultando o progresso do plantio das lavouras de verão.
Para a empresa, a umidade do solo deve continuar acima da média no Paraná, favorecendo o desenvolvimento das lavouras já semeadas.
Em Mato Grosso, a EarthDaily identificou que a umidade do solo está em patamar favorável, mas deve cair nos próximos dias, em decorrência da previsão de baixa precipitação. O volume de chuvas deve variar de 21 a 38 milímetros no acumulado dos próximos 14 dias, contra média de 90 milímetros.
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