Em um enorme complexo no centro da Flórida, nos EUA, um par de Jaguar E-Type, um clássico da década de 1960, está sendo convertido em elétrico. Haverá outros. Quem faria uma coisa dessas com um veículo que Enzo Ferrari uma vez chamou de “carro mais bonito do mundo”.
A resposta é E.C.D. Automotive Design, especialista em atualizar e personalizar clássicos da Land Rover, especialmente Defender e Range Rover. Com sede em uma unidade de produção e planejamento recentemente ampliada em Kissimmee, Flórida, e com um centro de logística no Reino Unido, os fundadores da E.C.D. – que se descrevem como “petrol. Heads” – decidiram ampliar sua oferta com o E-Type, após considerarem modelos da Aston Martin, como DB4 e DB5.
Leia mais: Os dez carros clássicos para investir em 2022
Leia mais: O que é Sonderwunsch, tailor made da Porsche que tem cor de R$ 450 mil
O Jaguar E-Type foi produzido entre 1961 e 1974. “É um ícone em si e parecia certo incluí-lo ao lado do Defender em nossa programação”, disse Tom Humble, cofundador da E.C.D., em entrevista à Forbes. “Também recebemos um bom feedback inicial de clientes que compraram ou encomendaram Defenders. Nós meio que testamos o mercado um pouco com eles”, completa.
Além do feedback positivo dos clientes existentes, outro cofundador, Scott Wallace, disse que grande parte da decisão também se resumiu a “uma paixão pelo que nos excita”.
O terceiro cofundador da E.C.D., Elliot Humble, diz que a empresa tem uma ligação com motores elétricos da Tesla, baseado em sua experiência eletrificando clássicos da Land Rover, mas que também está analisando opções diferentes em busca de mais potência e eficiência. “É muito diferente um carro esportivo de um Land Rover, então temos que ter certeza de que tudo está certo antes de ir em frente e construí-lo. Acho que provavelmente faremos outra rodada de digitalização 3D no E-Type aqui nos EUA quando tivermos o primeiro desmontado e pronto”, avalia.
Um dos desafios ao fazer a conversão é preservar o estilo e o espírito do consagrados do E-Type. Mas Elliot Humble diz que a tarefa não é tão difícil quanto pode parecer à primeira vista porque “ainda operamos um sistema de 12 volts, além do conjunto motriz de 400 volts. Então, todas as suas engrenagens originais, se você quisesse, poderiam manter o Jag idêntico por dentro. Realmente se resume ao que os clientes querem. Se alguém realmente quisesse um elétrico com uma caixa de engrenagens, poderíamos fazer isso”, explica Humble.
Os carros receberão upgrades na suspensão, nos freios e na direção – basicamente tudo será atualizado a partir do original, de acordo com Humble. “Mas, planejamos manter o máximo de originalidade possível além dos trens de força quando for possível”, pondera.
É claro que, como o preço inicial do E-Type eletrificado é de US$ 299.995 (cerca de R$ 1,5 milhão), os clientes podem solicitar todos os tipos de outros recursos, mas até agora eles “nos surpreenderam ao se contentarem com o que foi planejado”, explica Humble.
As atualizações mais solicitadas até agora foram revestimento em couro de alta qualidade, assentos aquecidos e refrigerados e conectividade Bluetooth, disse ele.
Na ampla sede e centro de produção na Flórida, apelidado de “Rover Dome”, a E.C.D. espera completar a customização e eletrificação de 100 veículos por ano, simplificando duas linhas de produção. Assim, Wallace diz que elimina o desperdício de até 16 horas por dia no transporte dos veículos. O Rover Dome também inclui um showroom para clientes e uma grande área de armazenamento de carros.
“Acho que acabamos de construir uma instalação que permite maior eficiência de produção e um ambiente muito melhor”, disse Wallace.
Enquanto a E.C.D. continua a desfrutar de um fluxo constante de pedidos de Land Rover Defenders e Range Rovers personalizados, os fundadores estão claramente entusiasmados com o interesse inicial na empresa fazendo sua mágica nos esportivos Jaguar E-Type.
“Parece um Jaguar E-type e isso faz parte do charme”, sintetiza Humble.
O post Como empresa converte clássico E-Type em elétrico de R$ 1,5 milhão apareceu primeiro em Forbes Brasil.