Os preços ao consumidor brasileiro voltaram a subir, de acordo com os dados de outubro do IPCA-15, superando as expectativas e com o aumento nos preços de plano de saúde compensando redução nos custos de combustíveis.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve no mês alta de 0,16%, depois de apresentar deflação por dois meses seguidos, mostraram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje (25).
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O índice considerado prévia da inflação oficial havia recuado 0,73% em agosto e 0,37% em setembro graças a medidas do governo e à queda nos preços de combustíveis.
Mesmo com a retomada da alta, o IPCA-15 passou a acumular em 12 meses alta de 6,85%, abaixo dos 7,96% de setembro e patamar mais baixo desde abril de 2021. Apesar de permanecer abaixo de 7%, a leitura ainda está bem acima do teto da meta oficial para a inflação este ano, cujo centro é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA –já abandonada pelo Banco Central.
As leituras de outubro foram mais fortes do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,05% na base mensal e de 6,75% em 12 meses.
No mês, o maior impacto entre as altas foi exercido pelo grupo de Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 0,80%, devido principalmente ao aumento de 1,44% nos preços dos planos de saúde, diante de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Vestuário apresentou a maior alta entre os grupos, de 1,43%, enquanto Alimentação e bebidas deixou para trás o recuo de 0,47% de setembro e avançou 0,21% em outubro.
Na outra ponta, os preços de combustíveis seguiram em queda, em meio ao recuo dos preços praticados pela Petrobras nas refinarias. Etanol (-9,47%), gasolina (-5,92%), óleo diesel (-3,52%) e gás veicular (-1,33%) ajudaram a levar o grupo Transportes a registrar queda de 0,64% em outubro.
No entanto, a deflação de Transportes perdeu força em relação a setembro, uma vez que as passagens aéreas dispararam 28,17%, exercendo o maior impacto positivo individual no IPCA-15 de outubro. Comunicação (-0,42%) e Artigos de residência (-0,35%) também registraram queda nos preços.
Para conter a inflação, o Banco Central promoveu um agressivo aperto da política monetária e elevou a taxa básica de juros a 13,75%. O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir nesta semana para decidir sobre a Selic, e a expectativa é de que anuncie manutenção na quarta-feira.
Mas, depois de ter interrompido o ciclo de aperto, a autoridade monetária afirmou que não hesitará em retomar as altas nos juros se a redução da inflação não transcorrer como o esperado.
Pesquisa Focus realizada pelo BC com uma centena de economistas mostra que a expectativa do mercado é de que a inflação encerre este ano a 5,60% e o próximo a 4,94%.
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