Ibovespa tem a maior queda do ano às vésperas das eleições

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O Ibovespa abriu esta semana com a maior desvalorização do ano. O índice brasileiro caiu 3,27% e perdeu 3.916 pontos, fechando em 116.012,70 pontos. Na semana passada, o cenário era o oposto, com o Ibovespa registrando 7% de ganhos em cinco dias – a maior alta semanal desde novembro de 2020.

De acordo com analistas, duas situações políticas estressaram os mercados nacional e internacional nesta segunda (24). O primeiro é a reeleição de Xi Jinping como presidente da China por mais 5 anos. O segundo é o caso Roberto Jefferson, ex-deputado aliado do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, que atirou contra policiais no domingo e prejudicou a campanha bolsonarista.

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No primeiro caso, Rodrigo Cohen, analista da Escola de Investimentos, explica que o Brasil é correlacionado à China e o cenário político de lá reverbera aqui. Além do terceiro mandato, Jinping também conseguiu mais aliados na cúpula do governo.

A preocupação dos investidores é que os poderes do presidente se tornem ilimitados e as ponderações sobre crescimento econômico se tornem ponderações orientadas pela ideologia. “O mercado se preocupa com a política de covid zero imposta pelo governo e os desdobramentos da demanda no país”.

As ações de Hong Kong caíram 6,4%, em seu pior dia desde o ápice da crise financeira global, no final de 2008.

Por aqui, as ações de siderurgia e mineração tiveram forte queda, com destaque para a CSN (CSNA3) que perdeu 8,10%. Vale (VALE3) caiu 2,97%, assim como Usiminas (USIM5), que perdeu 2,82%.

Já o caso do ex-deputado Roberto Jefferson provocou uma realização de lucros acompanhada de um movimento de aversão a risco nas ações das estatais. Ao longo de toda a semana passada, esses papéis apresentaram fortes altas. Hoje foram protagonistas das perdas do Ibovespa.

As ações do Banco do Brasil e da Petrobras perderam quase 10% cada. BBAS3 caiu 10,03%, PETR3 recuou 9,89% e PETR4 perdeu 9,20%.

Na semana anterior, esses papéis subiram em linha com a perspectiva de maiores chances do presidente Bolsonaro se reeleger no próximo domingo (30) e manter a agenda de privatizações defendida por Paulo Guedes. Hoje, as ações caem pelo motivo oposto.

De acordo com a Levante, o incidente [com Jefferson] repercutiu negativamente em todo o mundo político e caiu “como uma bomba” no colo da campanha bolsonarista. A equipe da casa de análise ponderou que o caso deve ser explorado pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.

Já no campo das altas do Ibovespa, os papéis da Copel (CPLE6) tiveram o maior avanço do dia, de 4,51%, após o governo do Paraná afirmar que não pretende privatizar a companhia, entretanto poderá rever este posicionamento.

Em Wall Street, a temporada de balanços com resultados melhores do que o esperado sustentaram as altas dos principais índices. O Dow Jones avançou 1,34%, a 31.500,61 pontos, o S&P 500 ganhou 1,20%, a 3.797,68 pontos, e o Nasdaq subiu 0,86%, a 10.952,61 pontos.

O dólar comercial teve uma forte alta de 3,01% e fechou na máxima do dia, avaliado em R$ 5,3029.

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(Com Reuters)

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