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Essa história mostra o comprometimento de Lemann com a educação de ponta. O mais rico dos brasileiros segundo a Forbes, com uma fortuna estimada em R$ 72 bilhões, sempre foi um entusiasta da ampliação da presença de brasileiros nas universidades internacionais de primeira linha. Em 2002, fiel a seus princípios empresariais, ele instituiu a Fundação Lemann para estimular a melhoria da qualidade da educação brasileira. E um dos aspectos mais visíveis é a concessão de bolsas para universidades no exterior.
Os participantes desses programas já chegam a 700. Segundo a Fundação, até agora, cerca de 383 “Lemann Fellows”, como são chamados os bolsistas, concluíram seus cursos lá fora. Quase dois terços deles, 62,7%, dedicam-se à pesquisa ou a carreiras acadêmicas, ao serviço público ou ao terceiro setor.
Diversidade pequena
Porém, a diversidade ainda é pequena. “Fizemos uma pesquisa entre os bolsistas de Harvard, e descobrimos que apenas 8% dos nossos fellows são pretos, pardos ou indígenas”, diz Wellington Soares, coordenador de relações institucionais da Fundação. “Quando se pensa que 51% dos brasileiros não são brancos, notamos que há uma disparidade grande.”
Segundo Soares, os candidatos a “fellows” costumam ter um perfil parecido, e a meta é ampliar a diversidade. Para isso, o primeiro passo é a autodeclaração de raça entre os candidatos. “Buscamos aqueles que se declarem como pretos, pardos ou indígenas”, diz ele. A preferência é por pessoas que estejam interessadas em universidades de primeira linha e que pretendam desenvolver um trabalho de impacto social.
Um dos maiores entraves é a fluência no inglês, por isso a Fundação investe na preparação dos candidatos nesse aspecto. O programa, denominado Alcance, está em seu segundo ano, e terá o apoio do Instituto Four. Os selecionados terão bolsas de estudo por dois anos. Além do inglês, haverá orientação nos processos de seleção das universidades, incluindo o pagamento das taxas dos testes. “Isso vai democratizar o acesso e gerar oportunidades para pessoas com esse perfil racial”, diz Wellington Vitorino, fundador e CEO do Instituto Four.
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O post Fundação Lemann quer levar mais brasileiros negros para Harvard apareceu primeiro em Forbes Brasil.